sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 11

Está aqui o capítulo 11, estamos chegando cada vez mais perto do fim da história. Esse capítulo particurlamente foi o maior de todos, mas eu senti que deveria detalhar mais alguma passagens da história devido ao ritimo que ela estava tendo e também por estar bem próximo ao fim. Bom é isso espero que gostem e até o capítulo 12 na semana que vem.
Capítulo 11: O que está por dentro foi colocado para fora.
Meu pescoço estava vermelho com alguns arranhões devido à força daquele ser que havia tentado me estrangular. O céu continuava vermelho no centro seguido de relâmpagos de mesma cor. Eu me sentia mais maduro de alguma forma, me sentia mais capaz.
Peguei meu pai que estava inconsciente e o carreguei até o carro onde o acomodei no banco do passageiro. Ajeitei-me e dei partida no carro, dentro do porta luva havia uma caixa com balas para o 38, só havia restado uma no tambor da arma então resolvi recarregar caso algum imprevisto acontecesse.
Eu não sabia para onde ir e não era o melhor dos motoristas, estava com algumas dúvidas em minha cabeça. Mas o que eu mais temia era que aparecessem mais daqueles seres, então resolvi ir para mais longe do centro da cidade. Enquanto dirigia notei que pelas ruas e calçadas haviam mais corpos de pessoas por todos os lados com o mesmo aspecto que eu havia visto antes, com manchas escuras e rosas negras que brotavam de seus peitos na altura do coração como se estivessem enraizadas lá mesmo. Resolvi então estacionar o carro em uma rua que estava praticamente vazia e silenciosa.
O meu celular estava com pouca bateria, foi então que repentinamente me lembrei da mensagem que havia recebido mais cedo. Sem hesitar abri ela e li novamente:
Pense coisas boas, ñ ha como salvar as pessoas que vc ama, somente o coração de cada uma pode salva-las do perigo que esta mais próximo do que cada um de nós imagina, evite sentimentos como ódio e raiva e talvez tudo ficará bem...Foi isso que escapou do diário. Até mais. P.S Não ligue as luzes e em momentos de desespero olhe para o alto ^^                         REMETENTE: Desconhecido
Aquelas palavras pareciam fazer sentido de alguma maneira, mas quem poderia ter me mandado aquela mensagem? Eu estava intrigado e ao mesmo tempo perdido, pois não sabia o que fazer. Fui até o banco de trás ver como Jayne estava, sentei ao lado dela e fiquei a observando por algum tempo quando algo peculiar me chamou a atenção. Uma mancha escura percorria todo o seu ante-braço, aquilo me gelou os ossos e alma. Era a mesma mancha que estava tomando as pessoas atiradas pela ruas. Virei seu corpo, pois ela estava de bruços e em seu peito uma rosa negra pequena crescia a passos rápidos pelo jeito.
Parecia mentira, não podia ser verdade, quando meu pai havia colocado ela dentro do carro não havia nada daquilo. Tudo se mostrava como um grande pesadelo, eu sinceramente mais do que nunca tinha vontade de acordar e ter certeza que tudo aquilo não passava de um sonho. Queria poder fechar os olhos e esquecer o mundo e todos os meus problemas e medos.
Algumas lágrimas encheram os meus olhos e rolaram sem destino pelo meu rosto, eu sentia vontade de desistir, mas ainda tinha que encontrar minha mãe e meu irmão. Olhei a mensagem no celular novamente e prestei atenção nas ultimas palavras que diziam para olhar para o alto.
Tomando muito cuidado para não fazer barulho sai do carro e fiquei algum tempo olhando para os prédios para ver se encontrava alguém ou algum sinal, provavelmente quem mandou aquela mensagem estava pensando nisso. Porém eu não achava nada, foi então que algo peculiar me chamou a atenção. Enquanto olhava para o céu em meio aquela escuridão que depois dos relâmpagos havia se tornado menos densa, notei uma única e solitária estrela no céu. Na verdade o céu estava todo coberto por nuvens e aquela massa escura, porém existia um circulo exato no céu que mostrava além das nuvens permitindo ver aquela única estrela.
Uma estrela ao sul da cidade, fiquei algum tempo pensativo avaliando tudo que já tinha acontecido e que poderia acontecer, decidi então eu não tinha nada a perder, resolvi entrar no carro e seguir na direção daquela estrela, talvez eu encontrasse algo. Meu pai continuava desacordado, ele não estava ferido, tinha apenas alguns arranhões nos braços, mas nada de grave.
Dei a partida no carro e fui dirigindo com cautela sempre na direção da estrela, cuidando se nenhum monstro daqueles iria pular em minha direção de algum beco escuro e me surpreender. Pelas ruas haviam mais pessoas no mesmo estado de antes e agora Jayne estava assim também. Eu queria poder ajudar ela de alguma forma, mas a minha única esperança naquele momento era encontrar quem havia mandado a mensagem.
As luzes do farol estavam baixas, já que eu não pretendia chamar a atenção de nada e ninguém, talvez por esse motivo a mensagem dissesse para não acender as luzes, pois pelo que eu havia notado ao mesmo tempo em que as luzes incomodavam esses seres chamava muito a atenção aos que estavam mais longe, era como uma faca de dois gumes.
Como se fosse o som de uma bomba dentro de uma silenciosa igreja escutei um grito agonizante que parecia vir de algumas quadras perto de onde eu estava. Era o grito de uma pessoa se afogando no desespero, em seguida escutei os berros aterrorizantes daqueles monstros, e pelos sons pareciam ser vários.
Eu continuei dirigindo com extrema cautela tentando ao máximo evitar chamar a atenção. Repentinamente o carro parou de funcionar com desligamento súbito do motor. Eu instantaneamente parei junto com o motor do carro. Eu estava dentro de um carro com o meu pai inconsciente e a garota que eu amo no meio de uma rua que parecia ter sido virada de cabeça para baixo tamanha era a sujeira e a bagunça. Ao fundo eu escutava rosnados quase que demoníacos misturados a gritos de pessoas. – O que eu faço agora? – Perguntei para mim mesmo com o nervosismo que começava a aflorar em minha pele.
Podia-se escutar claramente o som do vento serpenteando envolta aos carros abandonados e prédios daquela rua, aquele vento quase que conseguia conversar com quem estivesse ali em meios a sopros que mais pareciam susuros de advertência. Eu não podia perder tempo então abri a porta do carro cuidadosamente e sai para verificar o motor. Era difícil de enxergar então decidi usar a luz do celular que não era muito chamativa. Eu nunca entendi nada de mecânica, acho na verdade que só estava ali na frente daquele motor por desencargo de consciência mesmo. Dei algumas olhadas, mas parecia inútil, passando a luz mais para a lateral notei que alguma coisa estava solta. Iluminei o local e vi que era o conector da bateria que havia escapado.
Subitamente escutei um berro macabro que vinha do final da rua. Era um daqueles monstros que havia me visto, e eu com toda a minha inteligência havia deixado a arma dentro do carro. Rapidamente comecei a tentar conectar o cabo à bateria, porém sem sucesso. O monstro vinha correndo com toda sua velocidade e destreza. Com golpe de sorte consegui conectar o cabo quando faltava uns 15 metros para ele me alcançar.
Entrei no carro dei a partida e acelerei o Maximo que pude, porém o monstro não desistiu facilmente e continuou correndo atrás do carro por um tempo, até que quando eu estava pensando que esses monstros eram incansáveis o bicho ficou para trás fatigado.
Continuei dirigindo para o sul seguindo a posição daquela estrela no céu.A estrada pela qual eu estava dirigindo já havia saído da cidade, logo podia-se ver a mesma ao longe. Em volta só podia se ver campo e fazendas até que uma coisa me chamou a atenção. Havia uma espécie de moinho com um letreiro escrito. “se você olhou para o alto aqui é o seu destino”
Entrei na estrada de chão batido e estacionei na frente daquela construção que parecia um moinho. As portas do local se abriram e um homem saiu lá de dentro. Ele veio até a janela do carro e olhou por algum tempo para os meus olhos. Era um velho de cabelos brancos e bigode que de alguma forma me lembrava o Albert Einstein.
Ele me convidou a entrar, eu sem pensar duas vezes aceitei o convite e carreguei Jayne para dentro do lugar enquanto ele carregava meu pai. O local era de formato redondo iluminado à velas, haviam mesas com várias parafernálias, desde rádios até notebooks, havia também uma escada na lateral que levava aos outros andares daquela torre.
Quando larguei Jayne em um soma perto de uma das mesas o velho homem pareceu perplexo ao ver as manchas e a rosa que saia do seu peito e parecia estar maior do que antes. Ele largou meu pai em um colchão de solteiro que estava no chão e veio em minha direção claramente desesperado.
- Por que você trouxe ela junto? – Perguntou ele nervoso.
- Ela é uma amiga, eu a salvei daqueles seres, não podia deixar ela lá!
- Isso... Isso não pode ficar assim, vamos ter que abandonar ela ou matar.
- Mas por que isso? Ela não é um animal é um ser humano! – Respondi eu claramente ressentido.
- Ela vai acabar virando  um monstro daqueles! Aqueles monstros que você viu lá fora são pessoas e as pessoas que você viu com manchas e rosas negras vão virar aqueles monstros! – Disso o velho parecendo emocionado com alguma lembrança pessoal.
- Mas como?
- Alguma coisa escapou do diário e fez com que tudo que existe de ruim dentro da natureza e do coração dos seres humanos fosse colocado para fora. - Disse o velho atormentado.
Aquelas palavras repentinas do velho pareciam confusas para mim, porém me atingiram como um raio me deixando sem palavras... O que afinal estava acontecendo com o mundo?
Se o destino existe eu acho que não valha apena lutar pelo que sonhamos e acreditamos.
Se o destino existe talvez seja inútil amar, sentir, experimentar, viver e até respirar.
Talvez se o destino exista seja mais fácil simplesmente desistir de viver e deixar acontecer...
Eu acredito que...
CONTINUA...

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