Naqueles dias, não
era difícil achar grupos de pessoas brincando e festejando ao redor de
fogueiras na beira da praia, nos subúrbios ou mesmo dentro dos bares bebendo
como se não houvesse amanhã. E dentro de alguns dias talvez não houvesse mesmo.
Podia-se chegar para
uma pessoa na rua e puxar assunto, pois não havia o que temer e mesmo que houvesse,
tudo o que antes era interessante, não era mais e as pessoas importavam. Não as
rotinas inúteis e as regras sociais e modos de agir em público.
O garoto andava por
aí, hora de carro, hora correndo e gritando enquanto sentia o cheiro de maresia
e abraçava e era abraçado. Não havia motivo para ter dor de cabeça, nem hoje
nem em qualquer dia. O pânico só dura um tempo, e depois tudo fica tranquilo de
novo. Talvez esta seja a melhor serventia para a facilidade que o ser humano
tem de se acomodar.
Pena que, por causa
desta mesma característica, as pessoas esperaram tanto para descobrir... o que
descobriram naqueles dias.