segunda-feira, 25 de julho de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 7

Capítulo 7: Menos respostas e mais perguntas.
Faltavam alguns centímetros para que os dedos daquele ser tocassem o meu peito, foi então que uma pessoa que eu não via há muito tempo surgiu na porta do meu quarto. Eu custei a acreditar no que os meus olhos estavam vendo, na verdade era uma coisa inesperada, se pedisse para eu listar as pessoas que poderiam aparecer na porta do meu quarto numa situação dessas eu chutaria pessoas como Michael Jackson, os Beatles, mas não ele, fazia muito tempo que eu não o via pessoalmente, mas ele realmente estava na porta do meu quarto.
Por quê? Era a pergunta que rondava os meus pensamentos, mas eu não tinha tempo para me questionar sobre isso naquele momento. Uma luz nasceu timidamente em meio a toda escuridão e foi ganhando mais vida e intensidade pouco a pouco iluminando todo o quarto espantando os seres encapuzados que desapareceram com um grito agonizante.
Eu respirava profundamente em grandes arfadas definitivamente o medo o ódio e a surpresa me tomaram conta naqueles últimos instantes que eu havia vivenciado. O homem segurava uma luz em forma de lágrima feita de um vidro azul celeste, era daquele lugar que a luz havia brotado e aquele homem era meu pai que eu não via há alguns anos, parado na porta do meu quarto em meio a toda escuridão e caos que se espalhava cada vez mais pela cidade.
Como uma pessoa que eu não via há exatamente dois anos poderia ter aparecido ali naquele momento para me salvar? Ele ainda segurava aquela luz em sua mão provendo luminosidade no cômodo, senti meus olhos arderem por estarem tantas horas na escuridão, mas aos poucos fui me acostumando com a luz. Meu pai se chama Robert, tem cabelos escuros, porém escassos com entradas para careca nas laterais da cabeça, olhos castanhos e altura em torno de 1,70cm, ou seja, um homem bem comum.
Ele estava parado me observando com um olhar de medo e pena ao mesmo tempo, ele respirou fundo e entrou no meu quarto largando a lágrima de vidro luminosa sobre o criado mudo ao lado da minha cama. – Eu estava vindo visitar vocês, já havia combinado com a sua mãe, quando cheguei na cidade uma nuvem negra invadiu tudo junto com umas trovoadas.
- Pai eu... eu entendo o motivo de você ter saído de casa, eu não vou passar a odiar você por causa disso ainda mais agora que todo mundo desapareceu. – Quando terminei de pronunciar essas palavras ele me abraçou com bastante força e eu retribui o abraço de meu pai, no fundo eu sentia um pouco de mágoa, mas a saudade que eu sentia dele era maior que tudo, afinal de contas ele deixava claro no olhar que se importava comigo.
- Filho quero que você pegue mochilas e sacolas e encha com toda comida que puder, meu carro esta ai na frente, vamos sair dessa casa é muito perigoso ficar aqui, essas coisas estão vasculhando tudo.
Eu estava confuso com tudo aquilo e tinha uma enxurrada de perguntas para despejar sobre o meu pai, mas eu concordei que a minha casa já não era um lugar seguro para se ficar, resolvi então fazer o que ele estava me pedindo e depois fazer as perguntas que estavam coçando na minha garganta. Fui até a cozinha e coloquei toda comida que pude dentro da minha mochila e algumas sacolas, em seguida escrevi um bilhete e deixei em cima da mesa caso meu irmão ou a mãe chegasse em casa.
Arrumei minhas coisas peguei algumas roupas e entrei no carro do meu pai, era um carro popular normal, ele estava sentado com as mão no volante de forma impaciente. Quando fechei a porta do carro e respirei fundo minha calma foi esmagada, quando meu pai deu a partida no carro e os faróis acenderam uma coisa assustadora se revelou, uma coisa que eu jamais havia imaginado que poderia ter acontecido...
Próximo Capítulo Dia: 29/07/2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Quem Te Traz as Cores - Capítulo 6

Alexandre Barbosa da Silva

Sugestão de música para a "montagem escrita": AQUI xD

Capítulo 6: The Interlude

Existem partes de uma história em que não acontecem muitas coisas, ou acontecem poucas coisas para um período de tempo muito grande. Nesses casos, nos filmes, se usa uma montagem. Uma colagem de cenas, música tocando e nada de som ambiente.

Mas em uma história escrita, essas partes normalmente ficam marcadas como partes de marasmo. É como se assistíssemos um programa onde as pessoas narram o que está acontecendo naquele momento em um programa de culinária.

Portanto, como o pretensioso narrador que sou, proponho agora uma montagem escrita:

“Douglas abraçado com Gabrielle no saguão do restaurante. Ele a solta e conversa com ela um pouco… ela sorri, mesmo com os olhos ainda cheios de lágrimas. Eles começam a caminhar em direção a mesa da qual haviam levantado”

“É noite, Douglas levanta-se da cadeira do aeroporto e pega as suas malas. Gabrielle ao seu lado, também levanta-se, mas não tem mala nenhuma com ela. Mais um abraço, e quando ele se afasta, ela acena.”

“Um funcionário do aeroporto pede algo a Douglas. Douglas entrega a passagem, onde está escrito: Berlin”

“Douglas, sentado ao lado da janela do avião contempla a escuridão lá fora, salpicada de pontinhos brilhantes. Sua expressão é pensativa, quase triste.”

“Gabrielle anda por uma casa enorme, nem presta atenção aos belíssimos móveis e aos grandes lustres, parece já ter certa intimidade com o local. De repente, com um movimento brusco, mas ainda com certa dose de delicadeza, leva a mão ao bolso e tira o celular.”

“Na mensagem de texto está escrito: Vc devia ter vindo, tudo é muito lindo aqui na Alemanha, tenho conhecido muitos lugares maravilhosos. To tirando um monte de fotos, te mostro tudo quando nos encontrarmos, aí vc me conta como foram as coisas com o seu pai. Vejo vc em Londres!!”

domingo, 17 de julho de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 6

Capítulo 6: A verdade começa a se revelar.
Escrito Por: Édiner.R. Silveira
O que agente mais almeja na vida é ser feliz, por isso vivemos e enfrentamos as adversidades da vida com o intuito de superar os problemas sempre buscando a felicidade. No mundo em que vivemos encontramos obstáculos em praticamente tudo, mas existe um motivo para tudo ser assim como é... É uma coisa que convive com agente todo o dia, todo o momento... É o Mal que habita as entranhas de alguns corações
Eu pude ver como se fosse em câmera lenta a maçaneta girar seguida de batidas violentas na porta, eu me levantei respirei fundo e resolvi enfrentar o destino, não tinha para onde eu ir, me lembrei da mensagem que havia recebido no celular, que dizia para me esconder em algum lugar alto em momentos de desespero, mas era impossível achar algum lugar alto no meu quarto que me protegesse. Era isso então, em alguns instantes eu iria encarar a verdade, meu coração estava acelerado, mas não como antes, de alguma forma parecia que eu havia aceitado aquela condição.
As batidas na porta continuaram estavam cada vez mais fortes até que a maçaneta saltou longe e a porta se abriu de uma vez só com uma força impressionante, atrás da porta estava tudo escuro, mas eu podia sentir que havia dois sujeitos ali parados me observando, foi então que eles entraram no meu quarto lentamente observando o lugar atentamente, como se procurassem alguma armadilha, nessa hora eu me dei conta que eu realmente fui um grande idiota em não armar nada para elas, mas já era tarde naquele momento eu só esperava que o meu fim fosse rápido, talvez ninguém acredite em mim, mas eu estava calmo na verdade nem eu acreditava na minha própria calma, procurei pensar em coisas boas em lembranças agradáveis da minha família das pessoas que eu amo...
Eles usavam mantos negros com as cabeças cobertas por capuzes, estavam parados na minha frente, eram magros e relativamente altos do mesmo jeito que eu havia visto quando invadiram a casa vizinha, eu não conseguia enxergar suas faces, porém quanto mais eu permanecia ali mais sentia coisas ruins pairando no ar, era como se todos os sentimentos negativos que existem buscassem uma forma de penetrar minha alma ou o meu coração, eu me sentia pressionado com aquela sensação, mas as lembranças das pessoas que eu amo me ajudaram a resistir...
Eles pareciam surpresos com alguma coisa, me observavam parecendo serem capazes de farejar o que se passava dentro de mim. Eles se olharam por um instante parecendo concordar em algo e mostraram seus rostos foi naquele momento que comecei a entender uma parte do porque tudo estar tomado pelas trevas...
Quando olhei para os rostos deles não acreditei no que vi... Eram rostos com feições humanas, porém sem personalidade a pele tinha uma cor acinzentada pendendo para o escuro, suas bocas, narizes e outros detalhes eram iguais um ao outro como se fossem irmãos gêmeos na verdade pareciam mais fantoches ou bonecos sem qualquer sopro de vida, porém com certeza o mais aterrorizante eram seus olhos, no lugar destes havia apenas os buracos das orbitas sem os olhos ali jazia uma profunda escuridão, quando olhei bem para dentro notei faíscas cinzas que corriam para todos os lados aos montes dentro do vazio onde deveriam estar os respectivos olhos, era algo que chegava a me hipnotizar, aos poucos fui perdendo a sensação do peso do meu corpo até sentir como se estivesse flutuando, quando finalmente me percebi sendo puxado para dentro daquele poço de trevas e dor...
Eu estava em uma praça com árvores belas, havia crianças brincando felizes umas com as outras, ali perto seus pais estavam reunidos sentados em bancos conversando entre si saboreando pedaços de bolo, no meio da praça tinha uma fonte com água cristalina que jorrava em abundância, pássaros e outros animais habitavam aquela linda praça de uma cor verde viva como nenhuma outra, eu senti a vida soprar na forma de uma suave brisa que rodeava o lugar... Repentinamente tudo ficou preto e branco, rapidamente a fonte secou, as crianças começaram a ficar magras até caírem no chão de fraqueza, a grama se transformou em um emaranhado seco e sem vida, os adultos se deram conta que havia sobrado somente um pedaço de bolo e então começaram a lutar entre si disputando aquele ultimo pedaço, eles começaram a se matar tomados pelo ódio, pois não aceitavam dividir aquele pedaço uns com os outros queriam tudo para si. Finalmente o mais astuto venceu a batalha e escravizou os outros em troca lhes dava algumas migalhas do bolo como pagamento da construção do que parecia ser um castelo, o tempo foi acelerando, mas eu não envelhecia tão pouco eles podiam me ver, no tempo que passou aquela praça foi transformada em um castelo rodeado por lama, as crianças estavam magras  jogadas na sarjeta junto a sujeira mendigando um pedaço de pão, eu senti um profundo peso e dor no meu coração aquilo começava a me corroer por dentro, eu estava ali vendo tudo acontecer mas não podia fazer nada, resolvi entrar no castelo... Lá dentro o homem que havia escravizado os outros estava sentado numa confortável cadeira rodeado por comida de todos os tipos, ele comia alguns pedaços e o resto mandava dar aos cães ou jogar no lixo, o tempo acelerou novamente e me vi na frente do castelo, porém este agora tinha detalhes de ouro, na entrada do castelo o “rei” dava ordens para um exército começar uma guerra com outro reino a fim de conquistar as riquezas alheias, ao redor do castelo ainda havia lama e em meio a estas, crianças e velhos estavam jogados sem nenhum cuidado...
Repentinamente tudo sumiu, eu estava em um lugar branco onde imagens começaram a surgir suspensas no ar como se fossem televisores, as imagens mostravam coisas aterrorizantes, crianças passando fome, animais sendo maltratados, pessoas matando umas as outras, guerras, roubos, a água sendo poluída de propósito para que as pessoas tivessem que pagar para tela tudo isso em meio a grandes prédios de luxo e carros de ultima geração, homens de terno com cabelos grisalhos contando pilhas de ouro e dinheiro no topo de seus prédios jogavam suas migalhas lá de cima para quem vivia em baixo migalhas que pareciam chuva de esperança para quem fosse comê-las. Tudo ficou escuro repentinamente... As imagens sumiram e quando me dei por mim estava novamente no meu quarto de pé em frente ao seres encapuzados, eu senti raiva, ódio e dor tudo ao mesmo tempo por tudo que havia visto, dei alguns passos para trás fragilizado, quando olhei para eles notei que suas bocas traziam agora um largo sorriso, foi então que eles vieram para cima de mim com uma intenção sombria e gelada como a noite, era o meu fim não me restava mais forças meu coração havia cedido ao ódio por ver aqueles homens ricos e egoístas sem dividir nada com os mais pobres...
Foi então quando tudo parecia perdido, quando aqueles seres estavam quase colocando suas mãos em mim para me tomar a vida, que uma pessoa que eu não via há muito tempo surgiu na porta do meu quarto...

Próximo Capítulo dia: 22/07/2011

Capítulo maior dedicado a minha namorada linda *-*-*<3

terça-feira, 12 de julho de 2011

Quem Te Traz as Cores - Capítulo 5

Alexandre Barbosa da Silva

Capítulo 5: Só é clichê até acontecer com você.

Para o pai, tudo parecia normal, mas para Douglas, mesmo a conhecendo há tão pouco tempo, era visível que Gabrielle não estava ali. Mas ele tinha o pressentimento de que ela estava chegando, pouco a pouco, por entre os sorrisos forçados e a conversa cordial. Era como se ele estivesse olhando para uma bomba-relógio, como se ela não estivesse nem ouvindo a conversa com a qual concordava.

Douglas se preparou para a sua chegada quando ela deixou claro que não estava interessada em uma “história engraçada”, afastou a cadeira, olhou para os próprios pés e respirou fundo...





- Eu não tenho nada pra fazer mesmo, não se preocupe.

- Sério?

- É. Afinal foi pra isso que nós viemos juntos, pra darmos apoio um ao outro – disse Douglas terminando de se arrumar para um almoço com o pai de Gabrielle.

- Mas assim você vai perder tempo que poderia estar usando para conhecer a cidade.

- Na verdade não, todo mundo tem que parar pra comer.

Gabrielle estava apertando nervosamente os nós dos dedos.

- Tá… eu sei que fui eu quem pediu, mas tinha que me certificar de que você não estava deixando de fazer nada por minha causa.

- Não tem problema, eu só vou cobrar o favor em Paris.

- Combinado – ela disse indo em direção a porta com seu vestido preto de aparência cara, enquanto Douglas arrumava a gravata em frente ao espelho. Tinham que estar bem vestidos, o almoço era num restaurante muito fino, ou seja, caríssimo, freqüentado apenas por gente rica como o pai de Gabrielle e jovens namorados que gastam boa parte do salário para pedir a namorada em casamento – Vou te esperar no corredor.

E saiu rápido, fechando a porta atrás de si.

Douglas terminou com a gravata, deu uma arrumada no cabelo e então os dois saíram parra pegar o taxi que os levaria ao restaurante.




Para Douglas, o restaurante parecia um palácio, ornamentado com gigantescos lustres que refletiam no chão, que só pode ser descrito como “espetacularmente encerado”. Gabrielle não prestava atenção a esses detalhes e caminhava rapidamente atrás do funcionário que lhe mostraria a mesa reservada.

Seu pai não havia chegado ainda, então ela e Douglas sentaram-se para esperar. Gabrielle disse que pediria depois, pois estava esperando por outra pessoa .

- Chegamos cedo – disse gabrielle.

Douglas ainda estava admirando o local.

- Que bom que é você quem vai pagar a conta… - disse olhando perdidamente para um vaso de flores que só podia ser descrito como “absurdamente florido”. Gabrielle riu, ainda que nervosamente. Nesse momento, duas coisas aconteceram (principalmente, quer dizer, tirando o homem que Douglas viu de relance pelas enormes janelas de vidro que nem poderiam ser descritas, descendo de pára-quedas em plena rua): Douglas notou que as mãos de Gabrielle tremiam, e o pai dela chegou.

Um garçom lhe indicou a mesa e ele se aproximou de Gabrielle que se levantou. Douglas a imitou, como se estivessem na presença de um rei.

- Gabrielle? – começou mal com essa interrogação...

- Sou eu, sim – respondeu ela cordial, e estendeu a mão, que ele apertou com uma expressão estranha, como se esperasse um abraço.

- E o seu amigo, como se chama?

- Douglas. Ah, Douglas esse é o Diogo.

- É um prazer conhecê-lo – disse Diogo apertando a mão de Douglas.

- Igualmente – respondeu Douglas. O homem era alto, aparentando uns cinqüenta anos e muito bem vestido. Tinha uma presença imponente.

- Ok, vamos pedir então? – ele disse sentando-se, no que foi acompanhado pelos outros.

Depois disso seguiu-se um silêncio que só foi quebrado uns minutos depois de fazerem o pedido, quando Diogo começou a puxar assuntos e fazer perguntas sobre a vida da filha.

- E como foram os seus anos na faculdade?

- Bons – ela disse. Todas as respostas de Gabrielle eram assim, monossilábicas quando possível, e acompanhadas de um sorriso educado. Vendo que esta abordagem não era exatamente propícia para o momento, Diogo começou a falar da vida dele: “Certa vez eu fui à Nova Zelândia, já esteve lá?” “Não” “É mesmo? Talvez possamos ir lá um dia, é lindo...”

Falar da própria vida também não estava quebrando o bloqueio de Gabrielle, e a imponência de Diogo começava a diminuir perante a incapacidade dele de extrair qualquer coisa da filha. Douglas que não falava nada, só quebrou o jejum de palavras para dizer:

- Com licença, vou ao banheiro.

Nesse momento a expressão de Gabrielle mudou por um segundo, e ela olhou para Douglas quase suplicando.

- Eu já volto – ele disse a olhando nos olhos.

Alguns minutos depois , quando ele voltou do banheiro, parecia que as chances de sucesso de Diogo não estavam aumentando, e para Douglas, Gabrielle estava distante. Quando os pedidos chegaram, interrompendo a frase de Diogo que começou com “Ah, lembrei de uma história engraçada...”, Douglas percebeu que o teatrinho de Gabrielle ia cair por terra. Enquanto os garçons colocavam os pratos sobre a mesa, ela virou a cabeça para a janela, ficou olhando perdidamente para a rua com a mão no queixo cobrindo a boca. Soltou um suspiro que estava trancado desde que ela havia chegado ao restaurante. Talvez, desde sempre.

Quando os garçons saíram, ela afastou a cadeira da mesa e olhou para baixo, para os próprios pés, deixando que o cabelo caísse na frente do rosto. Respirou fundo e depois emitiu um som agudo, como um gemido de dor. Ela estava segurando-se para não chorar a todo custo. Diogo apenas a olhava impotente. Não tinha nenhuma experiência com filhos.

- Gabrielle – falou Douglas. Ela levantou os olhos cheios de lágrimas e os fixou nos de Douglas. Ele finalmente conseguiu ver de que cor eram os olhos dela, era um tom entre o verde e o amarelo mel, lindo... – você precisa fazer isso – completou.

Primeiro, a expressão dela foi de total surpresa e em seguida mudou pra tristeza e choro. Choro que começou baixinho e foi aumentando até poder ser ouvido pelas pessoas nas mesas vizinhas. Para ela, era como se estivesse à beira de um penhasco no qual estava pendurada, segurando-se para não cair. Aí então, sem aviso, ela simplesmente se jogou.

- Não! – ela gritou olhando para o pai - Eu não vou chorar! Não vou te acusar de ter nos abandonado, me abandonado! De não ter tentado fazer contato nos últimos... sei lá, quinze anos? Não vou dizer que é um idiota se está pensando que depois de todo esse tempo, um almoço e uma conversinha vão resolver tudo! E é claro! Não vou dizer que você fez falta nos meus aniversários e toda essa bobagem!

Diogo fez menção de falar, mas Douglas o lançou um olhar de negação.

- Por que não fez! Não vou cair nos clichês de reencontrar o papai que me abandonou! – Agora Gabrielle soluçava, dizia as palavras com dificuldade, parecia que não estava conseguindo respirar – Não vou chorar! Não vou! Eu não... – As palavras ficavam mais fracas, e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. A cabeça estava baixa novamente.

Então ela ficou de pé.

- Desculpe... – não dava pra saber pra quem ela falara, pois ela olhava de um para o outro. Douglas apostava que era para si própria. Gabrielle se virou e começou a ir em direção a entrada do restaurante ainda chorando muito. Novamente, Diogo fez menção de se manifestar, mas Douglas fez um sinal para que permanecesse sentado e foi atrás dela.

A alcançou no saguão de entrada chorando baixinho, parada em pé, as mãos como se estivesse abraçando a si mesma. Douglas ficou de frente para ela, afastou os cabelos que lhe caíam nos olhos e a abraçou.

Ficaram ali parados por um tempo que não saberiam precisar. Toda a dor que ela sentia também estava nele, e o momento de confrontar isso estava próximo para ele também. Ele podia sentir ela tremendo em seus braços, e pensar no sentimento que compartilhavam o fazia querer abraçá-la ainda mais forte.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 5

Capítulo 5: Visitas indesejadas.
Meu coração batia rápido era a única coisa em meio ao silêncio tenebroso que eu podia escutar além dos passos que vinham da sala, eu tive a sensação de que a minha cabeça iria começar a girar até eu cair no chão e chamar a atenção dos intrusos. Mas pensando bem por um lado poderia ser a minha mãe ou o meu irmão, talvez eu estivesse muito assustado pelo que tinha visto algumas horas mais cedo na casa vizinha e por isso estava tão abalado. A dúvida de quem poderia estar na sala me corroia por dentro, eu não podia correr o risco de me enganar.
Resolvi me levantar lentamente e ir até a porta para tentar escutar alguma conversa ou voz que me ajudasse a distinguir quem era, a porta do meu quarto estava trancada e isso fazia me sentir um pouco mais seguro em meio aquele clima tenso que pairava no ar.
Parei em frente à porta e aproximei meu rosto próximo à mesma para tentar escutar melhor, eu ainda conseguia ouvir barulhos baixos que indicavam que ainda havia alguém ali, coloquei uma mão sobre a maçaneta e a outra na chave, estava decidindo dentro de mim se abria ou não a porta, até que uma pensamento me ocorreu; Se fosse minha mãe ou meu irmão eles não estariam se movimentando dentro da casa com cuidado, pois já conheciam a mesma, ou seja, era alguém ou algo que não conhecia o ambiente da casa e por isso se movimentava lentamente, parecendo observar o local desconhecido em busca de algo ou alguém, talvez eu!
Meu coração acelerou mais ainda, como nunca havia batido antes, com certeza aquela era a melhor oportunidade para mim saber se tinha algum problema do coração. Eu me afastei da porta com os olhos arregalados tremendo.
Sentei na cama, mas estranhamente eu não sentia medo ou pavor a possibilidade de que aqueles seres encapuzados estivessem na sala da minha casa havia arrancado meus sentimentos, na verdade eu estava em estado de choque, não conseguia mexer meus dedos muito menos os braços ou as pernas, estava completamente paralisado, um sentimento agonizante me tomou eu não conseguia respirar, sentia vontade de gritar profundamente com todas as minhas forças até ficar rouco ou morrer.
Involuntariamente lágrimas verteram dos meus olhos e rolaram pelo meu rosto, quando senti o calor das lágrimas na minha pele consegui voltar a mim e mexer as pernas, braços e tudo mais. Repentinamente os passos dentro da sala se tornaram mais fortes, como se algo tivesse sido descoberto.
Começaram a andar como se tivessem encontrado algo, ouvi as portas dos cômodos serem abertas uma a uma seguidos de barulhos de coisas sendo reviradas, era questão de tempo até que chegassem no meu quarto e conseguissem arrobar a porta que estava trancada. Os passos pararam e em seguida começaram novamente, definitivamente eram dois sujeitos, pessoas ou coisas seja lá o que fossem estavam a caminho do meu quarto. Eu pude ver como se fosse em câmera lenta a maçaneta girar seguida de batidas violentas na porta, não havia para onde ir eu estava encurralado...
Próximo Capítulo Dia: 15/07/2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 4

Capítulo 4: Razão para Temer.
Eu senti como se o tempo tivesse ficado mais lento aquele seria o momento da minha vida onde grandes mudanças iriam acontecer, onde a forma como eu enxergava as coisas mudaria drasticamente, depois de assistir a tudo aquilo me arrependi por não tapar os ouvidos, mas o choque foi tão grande que eu fiquei sem ação por um tempo.
Os vultos tocaram a campainha da porta, alguns segundos depois as vozes que vinha da casa dos meus visinhos cessaram, acho que eles esperavam alguém ou estavam curiosos com quem poderia ser naquela situação. A porta se abriu lentamente era a minha vizinha que havia ido atender, ela ficou parada, pois acho que ela não conseguia ver os rostos dos sujeitos um silêncio pairou, eu olhei para o meu relógio apesar de estar escuro marcava 6 horas da tarde, era para começar a escurecer naquele horário.
Ela se inclinou tentando ver os rostos dos sujeitos que permaneciam imóveis como se estivessem esperando por algo, quando ela finalmente enxergou suas faces um grito de pavor rompeu com o silêncio, ela caiu no chão apavorada se arrastando desesperadamente para dentro da casa, em seguida os dois seres cobertos pela manta escura entraram na casa. Foi nesse momento que eu desejei tapar os ouvidos, mas fiquei sem reação. Vário gritos de pavor começaram a vir da casa, barulhos de móveis caindo e quebrando vinham de vários cômodos os vidros das janelas estouraram seguidos de mais gritos que pareciam vir do fundo da alma daquelas pessoas.
Repentinamente as luzes da casa se apagaram e os gritos cessaram por completo, o pavor me tomou conta não quis esperar ali para ver algo mais assustador ou pior chamar a atenção, eu sai correndo me certificando que a casa estava fechada em seguida apaguei a ultima vela que estava no banheiro e fui para o meu quarto, tranquei a porta e me deitei na cama em baixo dos cobertores, me sentia seguro ali de baixo, nada seria capaz de me achar, na minha cabeça eu ficava tentando me convencer que a minha casa estava bem fechada e que não havia luzes ligadas nem nada do tipo que pudesse chamar a atenção de ninguém.
Embaixo dos cobertores acabei me perdendo em meus pensamentos e finalmente dormindo. Quando agente dorme por mais que tenhamos problemas, todos desaparecem é como se a realidade se alterasse sejam sonhos bons ruins ou malucos todos eles parecem melhor que encarar a realidade, até mesmo quando agente não sonha coisa alguma é melhor do que o medo, o medo da vida real...
Eu acordei embaixo das minhas cobertas ainda, estava bem quente, mas eu fiquei completamente perdido no tempo, não sabia que horas eram minha boca sentia sede, apalpei meu bolso e achei meu celular, apertei o botão do menu e percebi que a bateria estava na metade da carga total, mas aquilo não era um problema afinal ainda havia energia elétrica, se eu desligasse podia correr o risco de perder a ligação de alguém.
No relógio do celular marcava exatamente 22:38, ou seja, eram dez horas da noite e quase onze horas como eu costumava falar para a minha mãe quando ela me perguntava que horas eram, essas lembranças fizeram minha saudade e preocupação aumentarem, empurrei os cobertores para os pés da cama e fiquei sentado no colchão esfregando os olhos. Repentinamente um arrepio me percorreu a espinha como uma premonição e em seguida um barulho de passos dentro da minha casa quase me fez ter um ataque cardíaco logo depois um barulho de algum objeto caindo no chão confirmou o que eu mais temia, havia alguém dentro da minha casa, mas o que mais me intrigava era quem poderia estar dentro da minha casa.
Próximo Capítulo Dia: 08/07/2011