Histórias de Uma História

Escrito Por: Édiner R Silveira

Já eram cinco horas da manhã quando o despertador tocou. Marcos tinha mais um dia pela frente em busca de um emprego, sua rotina era a mesma fazia sete meses; levantar escovar os dentes tomar uma xícara de café com um pedaço de pão dormido com margarina e enfrentar o frio congelante do inverno na cidade grande. O dinheiro era pouco e Marcos era um jovem homem de 28 anos de idade formado em administração, porém desempregado, pois a empresa em que havia trabalhado desde os 20 anos de idade faliu com a grande crise mundial.


O carro que Marcos havia comprado com tanto esforço e orgulho foi vendido para sustentar a casa, ele morava sozinho, mas quando o dinheiro do seguro desemprego e da indenização acabaram e nenhum emprego surgiu o carro foi a primeira coisa que teve de se desfazer para continuar sobrevivendo. O seu estilo de vida também mudara, os jantares nas sextas feiras com a namorada em restaurantes e pizzarias eram agora lembranças e da namorada por sinal também só ficariam as lembranças quando ela o largou, talvez porque ele estava sem dinheiro ate para a passagem de ônibus. Na verdade Marcos não se sentia culpado, pois algum tempo depois chegou à conclusão que ela era uma grande vagabunda interesseira quando na rua a viu indo jantar com um ex colega de empresa de Marcos que conseguira um emprego de alto escalão em outra empresa conceituada.


A casa de Marcos era própria, fruto dos tempos em que ele ganhava bem na empresa e um dos poucos bens que haviam restado. Suas roupas começaram a ficar velhas e gastas, mas ainda boas o suficiente para sair na rua. Quando marcos completou 25 anos de idade se viu obrigado a fazer bicos para pelo menos ter o que comer. Muitas pessoas que lerem toda essa desgraça podem se perguntar da família de Marcos, mas ele não tinha uma família, era órfão e havia estudado através de uma bolsa de estudo. Era considerado por amigos como um vencedor ou um sortudo, bom se sorte existia ele era a prova de que o azar também e que azar.


Depois de comer Marcos foi até o ponto de ônibus como de costume, tinha uma entrevista de emprego marcada para aquele dia de gelar os ossos, mas como era longe de sua casa tinha que pegar três ônibus. De um tempo para cá Marcos estava começando a perder as esperanças e a depressão já o havia alcançado, a possibilidade de suicidio já havia rondado a sua mente, mas ele mesmo sabia que não tinha coragem para isso. Dentro do ônibus com a cabeça escorada no vidro ele começava a tentar imaginar como seria o mundo sem ele, se alguém sentiria a sua falta. Pensava se talvez sua ex namorada vagabunda iria ao seu enterro, mas chegou à conclusão de que não, talvez seus amigos focem e alguns fotógrafos de um jornal sensacionalista que escreveriam na matéria de seu obituário algo como: “Homem se atira na frente de carro importado para ganhar indenização e acaba morrendo após ter seus corpo partido ao meio”


Quando Marcos pegou o segundo ônibus sentou em um banco bem da frente com uma janela vaga, pois era o seu lugar favorito, não tinha uma explicação específica para aquilo, talvez por conseguir observar melhor a rua e as pessoas andando felizes, quando via algum mendigo pensava se ele chegaria aquilo e de fato não faltava muito. Quando se entediava ligava seu Ipod que havia ganhado de um homem rico por achar uma cadela de raça que estava perdida. A musica de fato era a única coisa que dava um pouco mais de alegria para sua vida, a musica para Marcos e capaz de transportar emoções e palavras ao seu ouvinte, enquanto as escutava se via imaginando como seria o seu futuro em visões boas é más tentava projetar o que poderia acontecer, mas no fim sempre acabava se sentindo sozinho. Se ele morresse simplesmente o mundo continuaria girando e ninguém se importaria, com o tempo ele seria esquecido, por não ter feito nada de extraordinário no mundo e para o mundo.

Terceiro ônibus era onde Marcos estava entrando. O dia já havia clareado e o movimento da cidade havia aumentado consideravelmente. Quando Marcos foi se sentar no banco que havia escolhido se deparou com algo inesperado; um livro repousava ali sem um dono aparentemente. Marcos sentou-se no banco da janela e resolveu não tocar no livro naquele momento, decidiu esperar para ver se o dono apareceria. Depois de alguns poucos minutos ele pegou o livro na mão curioso sobre o seu conteúdo, tinha uma capa azul e algumas nuvens desenhadas, mas o nome lhe havia chamado muito a atenção.

Ele abriu o livro e começou a ler as primeiras páginas, cada página que ele lia fazia ter mais vontade de ler. Estranhamente ele sentia que aquilo que estava escrito no livro fosse destinado especialmente a ele depois de algumas páginas ele sentia que a resposta que tanto procurava havia sido lhe dada, ele leu alguma coisa em especifico e em seguida pegou uma caneta do seu bolso e anotou algo em uma determinada página, fechou o livro e deixou sobre o banco do ônibus, depois de alguns poucos minutos desceu em seu destino para fazer a tão esperada entrevista.


Depois de conversar com o responsável pelo RH da empresa em que se candidatou e levar um“Obrigado Sr Marcos, mas o seu perfil não é adequado para a nossa empresa” voltou para sua casa empolgado onde começou a escrever um livro que misturava a história da sua vida de uma forma cômica e engraçada e se chamava “O que Deus dá o diabo tira” depois de alguns meses seu livro despertou o interesse de uma editora e foi publicado vendendo razoavelmente bem. Os dias de pão dormido começaram a sumir, Marcos começou a ser convidado para ir em programas de entrevistas onde fez sucesso com sua história até vender os direitos para um filme.


Em casa Marcos se lembrava do que havia lido naquele livro azul com nuvens desenhadas na capa que mudou sua vida de uma maneira incrível, eram simples palavras. Mas por que Marcos não trouxera o livro consigo? Quantas coisas mais poderiam estar escritas naquele livro, mas a resposta estava no próprio livro e só quem ler ele poderia saber, pois Marcos não contava para ninguém. Certo dia Marcos foi almoçar em um restaurante quando encontrou uma mulher linda de cabelos ruivos que fez seu coração disparar, ao conhecer ela ele tinha certeza de quem havia escrito aquele livro certamente era alguém especial.
Mas quem? E do que se trata esse livro?


Continua...


Conto 2

Escrito por: Édiner R Silveira

A pergunta é a seguinte: Existe a pessoa perfeita? Um homem ou uma mulher que não cometa erros? Bom Prudence achava que não, e isso que a fazia achar as pessoas hipócritas. Na verdade essa opinião era por que ela queria se casar ou ter um relacionamento sério quando se aposentasse, mas achava difícil alguém aceita-la. As pessoas não eram perfeitas então não tinham o direito de acusá-la de algo. Mas será que existia alguém que casaria com ela depois da aposentadoria mesmo sabendo de tudo?

A grande verdade é que Prudence era uma prostituta, mas não uma dessas que se acha na beira de estrada e que fazem as alegrias de sábado à noite dos caminhoneiros. Prudence era uma prostituta de classe média, ou seja, estava quase no nível das de luxo. Sua vida era assim desde os 20 anos de idade quando começou a trabalhar nesse meio para pagar a faculdade de fisioterapia. Ela vinha de uma família estável e bem resolvida, mas que não tinha dinheiro suficiente para bancar uma faculdade.

Prudence sempre foi uma garota que sonhou alto, ela não desejava ter um emprego comum e passar a vida toda sendo uma vendedora ou algo do tipo, ela tinha o desejo de se formar e ter uma profissão reconhecida e diplomada, mas como tudo na vida tem um preço, ela passava os finais de semana como prostituta. Prudence teve essa vida durante muito tempo, na verdade mais tempo do que gostaria. Sua faculdade tinha cinco anos de duração, mas ela já estava nessa vida fazia oito anos, tudo por que ela se apaixonou.

Quando Prudence já estava no terceiro ano de faculdade ou sexto semestre como os acadêmicos medem seu tempo, Prudence conheceu um homem que domou seu coração,antes que você se pergunte, não ele não era um de seus clientes, era um colega de faculdade muito atencioso que conquistava ela com palavras bonitas. Logo os dois começaram a sair e a relação foi ficando mais séria, até que chegou o momento em que ela teve que contar do que vivia. Contou que enquanto eles saiam juntos se encontravam e dormiam juntos, paralelamente nos finais de semana ela se prostituia. A cortina de mentiras caiu e ela tinha medo de ser rejeitada. Ele pediu um tempo para pensar no que fazer e depois de umas duas semanas eles reataram, tudo parecia ir muito bem, pois o homem que ela amava tinha aceitado o trabalho de prostituta que Prudence exercia com a condição de que ela parasse no ano seguinte, parecia uma grande prova de amor. Mas nem tudo são churros nessa vida.

Certo dia enquanto Prudence tomava banho o homem que tanto ela amava descobriu algo sem querer na casa dela. Ele foi pegar água na geladeira e quando fechou à porta da mesma algo escorregou e caiu de trás da geladeira. Era um pequeno baú com todas as economias de Prudence, algo em torno de quarenta mil reais, mais alguns cheques e coisas pessoais. Por que não estava no banco esse dinheiro todo? Boa pergunta, simplesmente para não ter que declarar para o imposto de renda. Ela não sabe o que ele pensou, mas quando ela saiu do banho o dinheiro não estava mais lá e o cara tinha desaparecido. No dia seguinte esse homem que ela passou a chamar de “O grande filho de uma puta” espalhou para toda a faculdade que ela era prostituta, destruindo sua imagem e forçando ela a largar a faculdade ao mesmo tempo em que ele criou a oportunidade de manter ela afastada.

Isso a destruiu e a forçou paralisar a faculdade e trabalhar por muito mais tempo do que esperava, até ela se matricular em outra faculdade e juntar dinheiro novamente. Isso custou tempo da sua vida, custou a confiança que ela tinha nas pessoas, custou parte de seus sonhos, custou mentir para seus familiares por muito mais tempo e custou sua saúde pois a partir daí Prudence começou a consumir anti depressivos até ficar totalmente dependente para continuar vivendo e exercendo a profissão.

O ultimo programa que ela fez tinha uma semana e foi o ultimo na vida, ela estava quase formada, estabilizada, porém não conseguia largar os remédios e ter alegria na vida, ela sentia um grande vazio no peito depois de tudo que passou, de todas as dificuldades e humilhações que viveu, até inclusive ser espancada por um cliente drogado certa vez. Tudo o que queria agora era encontrar uma motivação para a vida e alguém que a aceitasse como ela era.

Certo dia ela pegou um ônibus para ir até a casa de uma amiga. Quando entrou no ônibus se sentou em um banco onde um homem jovem acabara de se levantar e descer, ela notou que ele havia deixado um livro ali, mas quando tentou chamá-lo para devolver era tarde demais ele já havia descido. Curiosa ela começou a ler o que estava escrito ali. A cada linha um brilho nascia nos olhos de Prudence e consequentemente um sorriso, ela pegou um pedaço de papel de sua bolsa e anotou algo que estava escrito no livro e em seguida escreveu algo lá também. Fechou o livro que tinha a capa azul com algumas nuvens desenhadas e o deixou no banco do ônibus. Antes de descer o ônibus deu uma grande freada e em seguida atropelou alguém, aquilo mexeu com Prudence ao ver um rapaz caído no asfalto coberto de sangue.

Alguns meses passaram e as coisas que Prudence leu no livro a ajudaram a melhorar dos problemas e traumas emocionais, ela já estava formada e conseguira abrir uma clinica de fisioterapia com as novas economias que havia juntado. Sua aparência havia mudado, ela agora deixou seus cabelos ficar na cor natural que era ruivo, ela era uma bela mulher ruiva de olhos verdes e corpo bem definido, mas sempre valorizou mais suas idéias e pensamentos que o seu corpo. No papel que ela havia anotado do livro tinha uma data e um local, era um restaurante muito famoso da cidade que havia reinaugurado após quase falir, lá ela viu um homem sentado à mesa que a chamou a atenção a primeira vista, ela ficou em dúvida se seria ele a pessoa, mas depois de muito olhar tinha certeza que realmente era ele, ela se aproximou e perguntou seu nome, o homem respondeu “Marcos” em seguida ela lhe entregou o papel, Marcos leu e sorriu.

Mas afinal o que está escrito no livro?

O que o livro tem em comum com Prudence e Marcos?

Coincidência?

Continua...


Conto 3

Geralmente quando agente é jovem temos a sensação de que a nossa vida não vai acabar nunca, que nada de mal pode nos acontecer, que nunca ficaremos velhos como nossos avós. E mesmo que tenhamos consciência disso, parece uma idéia distante, que demorara muito para acontecer. Nada disso é mentira, mas quando menos nos damos conta o dia passou, a semana passou, o mês passou, o ano passou, uma década passou, a vida passou e não vimos... A verdade é que o tempo parece uma grande mentira que nos foi contada, ou talvez seja a mentira que Daniel mais queria acreditar.

Daniel tinha agora cinquenta e cinco anos de idade que lhe trouxeram de presente cabelos grisalhos, rugas, uma dor insuportável nas costas e o pior de tudo em sua opinião, falta de ereção. Mas a sua vida tinha boas recordações de quando era jovem. Quando tinha 15 anos Daniel começou na carreira de ator, era um garoto bonito que fazia as garotas se apaixonarem a primeira vista e ele particularmente gostava disso. Aos poucos sua carreira foi decolando com gravações de seriados, especiais de TV, atuação em peças de teatro e outras coisas do gênero.

Os críticos mais exigentes falavam mal de Daniel, diziam que ele era um mau ator que seu sucesso só existia por que ele era um homem bonito e que a sua atuação deixava a desejar. Porém Daniel não dava bola, tinha certeza que era algum tipo de inveja, por que ele era o centro das atenções da mídia e gostava disso. Não demorou muito e Daniel já tinha uma fortuna e fama. Comerciais de TV, seriados, peças de teatro chegando inclusive a gravar um CD de músicas que foi considerado por muitos como o maior desperdício de plástico da história, mas que vendeu milhões. Sucesso e dinheiro, sua vida se resumia a isso. As pessoas quando o viam na rua corriam enlouquecidas chorando e gritando de emoção por ver seu ídolo pessoalmente. Certa vez uma pesquisa revelou que 90% das mulheres o achavam lindo, além de ser considerado um dos homens mais sexy do mundo.

Muitas pessoas buscam o sucesso e a fama na vida. Tudo bem isso não é algo de se criticar fortemente, mas buscam isso por que? É isso que Daniel começou a perguntar para si mesmo. Certa noite no seu auge do sucesso Daniel saiu das gravações de um programa muito feliz com tudo, havia marcado de ir jantar com sua namorada em um elegante restaurante no centro da cidade. Por falar nisso sua namorada era uma famosa artista da TV muito linda por sinal. Apesar de tudo Daniel sentia algo estranho em seu peito como se algo estivesse fora do lugar. Ele entrou no carro e foi dirigindo até o restaurante com aquela impressão esquisita no peito. Foi então que um momento mudou toda sua vida, um carro o fechou e ele teve que desviar para o lado quando perdeu o controle do carro e capotou.

O acidente foi tão rápido que ele não viu nada. Quando acordou já estava no hospital rodeado pela hospitalidade dos seus parentes e com as palavras do médico que o confortaram. “Você não sofreu nenhuma lesão na coluna, vai poder voltar a sua vida normal” Daniel pensou consigo que tudo aquilo tinha sido apenas um acidente, e que todos estão sujeitos a acidentes na vida. Porém ele estava enganado. Daniel sentiu uma forte dor no rosto, foi quando se olhou no espelho e viu que parte de seu rosto estava coberto por curativos. Alguns dias depois após a recuperação e sem os curativos viu as marcas do acidente. Uma enorme cicatriz atravessava seu rosto, ele se sentiu um monstro. A cicatriz era tão violenta que cirurgias plásticas não solucionaram nada, na verdade tornaram seu rosto até mais esquisito.

A mídia ganhou muito dinheiro em cima da sua tragédia, e com o tempo ele foi sendo esquecido pelas revistas que listavam os mais sexy, foi esquecido pelas emissoras que nunca mais lhe ofereceram convites para atuar na TV, propagandas, peças de teatro e as garotas que o idolatravam e juravam amar Daniel, tudo isso sumira. As pessoas que amavam o seu rosto bonito o abandonaram, inclusive sua namorada que o deixou depois de alguns meses. As pessoas nunca haviam olhado para o que Daniel tinha por dentro em seu coração, apenas para sua imagem...

Daniel viveu então o resto de sua vida com o dinheiro que havia ganhado durante os tempos de glória e fama, fazendo algumas aplicações para fazer render seu dinheiro. A vida amorosa consistia em prostitutas que ele pagava, pois nenhuma mulher se aproximava dele. A vida foi ficando amarga e sombria com o passar do tempo. Os anos foram passando, seus pais morreram depois de alguns anos. Agora ele era um velho deformado, depressivo e solitário.

Daniel havia pensado em se matar, mas já que estava velho resolveu esperar o momento em que a morte viria lhe buscar. Certo dia Daniel acordou como de costume e foi ao banheiro escovar os dentes. Ele parou em silêncio na frente do espelho e ficou se observando, tudo que via ali era um rosto disforme, uma imagem que causava repulsa em algumas pessoas, repulsa até em sim mesmo. Lentamente uma angustia foi nascendo dentro de seu peito, uma vontade incontrolável de gritar para que todos pudessem escutar sua dor, uma dor irremediável que sentia por dentro, uma vontade de apagar a própria imagem diante de tanto remorso e tristeza. Num impulso de fúria, Daniel soltou um berro e socou o espelho com seus punhos, fazendo o mesmo quebrar em pedaços cortando seus braços e mãos. Ele caiu ensangüentado no chão com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Daniel foi parar no hospital, fazia algum tempo que ele não entrava lá. Era um ambiente em que ele não se sentia à vontade, as pessoas o olhavam com pena para seu rosto, na verdade qualquer ambiente aberto não agradava Daniel, se sentia um bicho alheio, estranho a aquele lugar, o que era uma ironia devido a sua profissão no passado.

Lá a médica perguntou por que Daniel havia quebrado o espelho e se cortado e ele respondeu “Queria sentir, no meu corpo, tanta dor quanto sinto no meu coração” Um silêncio se estendeu, a médica ficou aparentemente tocada e nada mais falou, a não ser para ele esperar para assinar alguns papéis para encaminhamento psicológico. Daniel sabia que precisava de ajuda, pois não sabia se poderia fazer mal a si mesmo em outras circunstâncias. Na sala de espera encontrou um livro de capa azul com nuvens brancas desenhadas que estava em cima de uma cadeira da sala de espera da psicóloga. Ele começou a ler e lentamente se sentiu bem até que encontrou uma anotação escrita a caneta em uma pagina, que dizia o seguinte... “Eu li as palavras deste livro, se você se sentiu bem e como eu se machucou e tentou se matar, tente salvar a minha vida, eu estou na sala 208 e vou me matar”

Daniel levantou-se em um pulo e foi em direção a sala tentar salvar aquela pessoa.

Será que ele não estava atrasado?


O livro tem o poder de ajudar todas as pessoas?


Continua...


Conto 4

Quando era criança Douglas tinha muitas perguntas em sua cabeça, era daquelas crianças tímidas que quase não falam na presença de estranhos. Porém quando estava com sua mãe Douglas perguntava sobre tudo, perguntas do tipo “Por que os pássaros podem voar e nós não?” e sua mãe Cristina lhe respondia que para tudo na vida existe um propósito, um sentido, um ciclo, ela falava que tudo na natureza é perfeito e completo, tudo na vida intocada pelo ser humano tem um sentido...

Douglas era uma criança feliz naquela época, queria ser astronauta para poder ver as estrelas mais de perto. Gostava das noites de verão onde deitava no gramado do quintal e colocava sua mão na direção do céu e fingia pegar as estrelas com suas próprias mãos e dar de presente para sua mãe ou seu pai.

Em uma certa noite de verão um besouro caiu de costas no piso da varanda atordoado por uma lampada fluorescente, ele esperneava, mas não conseguia se virar, pois suas costas eram arredondadas. Douglas ficou algum tempo observando o inseto na expectativa de que ele conseguisse vencer aquela dificuldade. Sem resultado ele desistiu e ajudou o pequenino inseto voador da noite. Na mesma semana ao ir ao zoológico viu uma tartaruga virada da mesma forma, que não conseguia voltar à posição normal. Intrigado perguntou a sua mãe Cristina logo que chegou em casa o por que de alguns insetos e tartarugas não conseguirem tocar os pés no chão novamente quando caem. Cristina olhou no fundo dos olhos do garoto e disse “Eu não sei filho, mas tudo tem um propósito”

Os anos passaram e Douglas era um jovem de 23 anos de idade cursando faculdade de astronomia. Sua mãe havia falecido fazia 5 anos. Douglas sofrera muito na época, mas com o tempo superou e aceitou o acontecido. Levava aquela pessoa divertida e carinhosa que era sua mãe em suas lembranças todos os dias. Ele vivia com seu pai e tinha uma vida feliz e simples, estudava o que gostava e isso já bastava.
Douglas sempre gostou da maneira como sua mãe enxergava a vida, isso com certeza o ajudou a sempre ver a vida com alegria apesar das dificuldades, era disso que ele sentia falta agora. Curiosamente para todas as perguntas que ele fazia ela sempre tinha uma resposta com exceção daquela pergunta “por que os insetos e tartarugas quando caem não conseguem se virar?”

Em uma quinta feira de inverno Douglas saiu mais cedo de casa para ir até a faculdade ajustar alguns telescópios. Na rua o céu estava nublado e o trânsito mesmo de manha já era bem movimentado. Várias pessoas atravessavam as ruas, outras entravam e saiam de lojas, a vida era uma coisa quase que automática na visão de Douglas, por isso ele se interessava tanto pelo espaço sideral que era algo mágico e desconhecido. Ele chegou até uma grande avenida onde esperou o sinal fechar para atravessar, quando o sinal ficou vermelho para os carros ele deu o passo que mudaria sua vida completamente.

Um ônibus vinha ao longe, mas de imediato pareceu não ver o sinal fechado, quando se aproximou perigosamente da faixa de pedestres o motorista enfiou o pé no freio fazendo um grande escândalo com o barulho da borracha dos pneus fritando no asfalto. Douglas tomou um susto quando viu o ônibus vindo em sua direção freando, ele tentou correr, mas já era tarde. O ônibus o atropelou, mesmo depois de frear, lógico que com muito menos força do que se estivesse em plena velocidade.

Ele viu o mundo girar em várias direções, o som havia sumido, a cor havia sumido. Quando o looping parou ele se viu com o rosto encostado no asfalto e vários pés correndo em sua direção, a ultima coisa de que viu antes de apagar foi uma mulher linda de cabelos ruivos saindo do ônibus o observando com uma expressão de pena por alguns breves segundos até que tudo sumiu como se uma vela fosse apagada no meio da noite.

Douglas acordou algum tempo depois em uma cama de hospital, onde lhe contaram sobre tudo o que havia acontecido, soube que como a ambulância demorou o levaram no ônibus até o hospital. Apesar de tudo que havia acontecido ele se sentia bem, não sentia dor nem nada do tipo. Seu pai estava ali do seu lado lhe apoiando junto de alguns parentes. Porém algo estava diferente, ele não sabia dizer o que exatamente.

Foi quando ele recebeu a noticia do médico que nunca mais poderia andar devido ao acidente que havia provocado uma fratura permanente na coluna, aquilo o acertou como um tiro fulminante no peito. Ele não esperava por aquele tipo de noticia, seu coração disparou seguido por pânico e medo. Seu pai o abraçou tentado reconfortá-lo quando lágrimas rolaram pelo seu rosto. O que ele tinha de fazer agora era aceitar e levar a vida normalmente. Curiosamente um livro de capa azul com algumas nuvens desenhadas repousava no criado mudo ao lado de sua cama, o médico disse que pensaram que o livro era de Douglas, pois estava dentro do ônibus que o trouxe até o hospital.

O tempo passou e Douglas agora era um cadeirante e querendo ou não sua vida havia mudado. Ele continuava na Faculdade apesar de todas as dificuldades, porém não aceitava o que havia acontecido, se sentia incompleto, sentia-se incapaz, antes era uma pessoa independente e agora dependia de ajuda para fazer várias coisas, um vazio lentamente tomou conta de seu coração seguido da falta da vontade de viver o que o levou a tentar o suicídio, porém fracassou, pois foi impedido por um colega de faculdade quando tentava se jogar da janela do quinto andar do prédio.

Desde então duas vezes por semana fazia seções com um psicólogo em um hospital. Certo dia na sala de espera do psicólogo do hospital abriu o livro de capa azul com desenhos de nuvens que estava em sua mochila e se deparou com palavras que o tocaram profundamente, palavras que faziam muito sentido. Mas aquilo não era suficiente para Douglas. Parado ali naquela cadeira ele se sentia como um daqueles besouros que caiam de costas e não conseguiam se virar novamente para tocar os pés no chão. Nem os besouros nem ele tinham um propósito no mundo pensou consigo com uma profunda mágoa no peito, sentia falta da sua mãe mais do que tudo.

Ao ler mais um pouco do livro notou que haviam anotações feitas à caneta em algumas páginas. Ele pegou uma caneta em sua mochila e escreveu algo no livro e o deixou na sala. Estava decidido, iria se matar dessa vez, pois não encontrava uma resposta para si mesmo no mundo, achava que Deus não existia como Deus poderia ter feito aquilo com ele? Como Deus havia feito insetos e animais incapazes de se levantar de modo tão irônico, sendo que a natureza era para ser perfeita?

Ele foi até a sala 208 onde a janela era ampla, se ajeitou fitando o chão, a queda com certeza o mataria, era questão de impulsionar o corpo para frente e se agarrar com os braços para despencar. Antes de fazer tal atrocidade ficou ali pensando na sua vida, não conseguia ver sentido em tudo, não acreditava mais em seu futuro, não achava a resposta que mais queria “por que os insetos e tartarugas quando caem não conseguem se levantar?” “por que eu não consigo me levantar? Por que a vida tem de ser assim qual o propósito?”

Ele se apoiou na janela e começou a se puxar com os braços em meio a lágrimas, pronto agora era só se jogar e em alguns segundos a agonia iria sumir a dor iria sumir tudo iria sumir. Foi quando um homem com uma cicatriz no rosto entrou no quarto sem fôlego e foi na direção de Douglas o tirando da janela. Era Daniel que disse em meio a respirações rápidas “eu sei a resposta do por que os insetos e tartarugas quando caem não conseguem se Levantar! Você pode se levantar eu tenho certeza que pode!”

Daniel mostrou o livro da capa azul para Douglas em uma determinada página onde havia algo escrito a mão. Douglas olhou aquela página e teve certeza, era a letra da sua mãe, a resposta estava ali...

O que mais estava escrito no livro?

Qual a resposta para o sentido da vida de Douglas?

Por que a vida é como é?

Continua...


Conto 5

Quando criança Cristina tinha muitos sonhos que desejava realizar. Entre eles os de se tornar uma pessoa de sucesso, casar com um homem bonito e ter filhos. Esses são aqueles tipos de sonhos que as novelas e a televisão em geral vendem para as crianças e para as pessoas em sua maioria, afinal quem nunca sonhou com algumas dessas possibilidades ao menos alguma vez na vida?

Desde cedo Cristina foi uma criança tímida, de poucas palavras e de muitos olhares. Olhares estes que observavam pequenos detalhes que as pessoas que vivem na correria do dia-a-dia não percebem, como, por exemplo, os gestos que as pessoas fazem com a boca ao mastigar a comida nas refeições, ou os movimentos das sobrancelhas em determinados sentimentos expressos, e até mesmo as acrobacia que as folhas secas fazem no outono ao despencar dos galhos em direção ao chão . Ela observava também os animais que cuidavam de seus filhotes quando ia ao zoológico, observava também os passarinhos que se empoleiravam nos fios de luz no inicio da manha. Conforme o tempo foi lhe acrescentando a idade ela percebia cada vez mais um ritmo na vida, um fluxo suave da natureza.

O tempo passou e todos os desejos almejados por ela quando criança sumiram de seu coração. Agora ela simplesmente queria entender a vida. Muitas e muitas perguntas flutuavam em sua mente durante quase todo o tempo, porém a maioria sem resposta. Um dia ao observar os pássaros que em seguida voavam pelo céu buscando seu alimento diário nas alturas, ela se deu conta de algo a mais que as pessoa pouco olham... O céu.

Aquela imensidão azul claro do entardecer decorado com algumas nuvens que pareciam chamuscadas pelo brilho do sol que se punha atrás de uma montanha fazendo fronteira com o horizonte dava um sentimento de infinitude para Cristina. Aquele foi o cenário que a inspirou a começar a escrever um livro sobre as coisas que pensava da vida.

Cristina escrevia sobre tudo que observava em seu dia-a-dia. Coisas simples para as outras pessoas, porém que a inspiravam seu espírito a transpor em palavras as coisas belas que ela enxergava da vida. Os anos lhe cobraram mais um pouco da sua juventude até que ela finalmente encontrou uma pessoa amada com a qual dividir suas alegrias, seus medos, seus sentimentos de amor, seu marido se chamava Roberto e era alguém que completava um espaço dentro do seu coração.

Pouco tempo depois Cristina ficou grávida de um menino, nessa época começou a escrever em seu livro tudo o que sentia, desde sensações até sentimentos daquela pequena vida que crescia dentro dela com muito amor.

Era um garoto e se chamava Douglas. O filho de Cristina assim como ela era muito tímido quando criança, mas que tinha muitas duvidas sobre os detalhes da vida. Frequentemente ele fazia perguntas do tipo “Por que os pássaros podem voar e nós não?” E Cristina lhe respondia tudo o que podia e o que havia aprendido durante a vida, que tudo tem um sentido e um propósito completo em nossas vidas, na natureza.

Em uma certa noite de verão seu filho Douglas ao observar os  besouros que voavam a volta de uma lâmpada da varanda notou que um deles havia caído de costas e não conseguia mais se levantar, intrigado o garoto perguntou para ela o por que daquilo, por que, o besouro não conseguia se levantar com suas próprias forças e voar novamente. Aquela pergunta deixou Cristina intrigada que não soube responder para o filho o motivo. De todas as coisas que ela observou durante o tempo que estava escrevendo seu livro, aquela era uma coisa da qual nunca tinha notado e tão pouco sabia o motivo. Se a natureza é tão perfeita e complexa, por que, alguns animais e insetos como besouros e tartarugas estão fardados a sofrer e não conseguir levantarem-se para tocar seus pés e patas no chão novamente e seguir caminhando? Haveria uma resposta?

O tempo mostrou para Cristina que talvez não, quando ela descobriu ter uma rara doença a principio incurável, um câncer na coluna que lentamente a mataria, a não ser que um milagre a salva se. Depois de um certo tempo Cristina perdeu os cabelos que tanto cuidava para manter brilhosos e bonitos, porém ela não dava a maior das atenções para aquele fato, sabia que tudo tinha um propósito.

O tempo passou e cada vez mais Cristina ia ficando mais e mais debilitada devido à doença, mas aquilo de forma alguma tirava sua força, três vezes por semana seu filho Douglas ia ao hospital lhe visitar e aquilo lhe dava mais e mais força. Certo dia a porta de seu quarto no hospital se abriu com uma corrente de ar, no corredor ela viu duas crianças correndo uma atrás da outra em meio a brincadeiras, quando uma delas caiu no chão esfolando os braços e pernas. A outra criança olhou para a amiga e estendeu o braço para ajudar ela a se erguer. Aquilo fez um sorriso radiante brotar no rosto de Cristina.

Um dia o médico entrou no quarto de Cristina com um expressão de tristeza. Cristina estava muito debilitada, ele sentou ao seu lado e de modo gentil lhe disse que sentia muito, mas não podia mentir para ela, seu tempo estava acabando, não restava muito, e as chances de um milagre de acontecer eram mínimas...

Cristina pegou na mão do médico e lhe disse com muita certeza, que cada dia que ela passou naquela cama de hospital dava a ela mais vontade de viver, pois ela enxergava o mundo de um modo diferente agora, ela tinha a resposta para a pergunta do filho. Ela apontou para o livro azul com nuvens desenhadas, e disse ao médico que entregasse para alguém que precisasse de um pouco de esperança na vida. O médico sorriu  segurando algumas lágrimas sabendo que ela estava para se despedir dessa vida e disse “todos nós precisamos de um pouco de esperança hoje em dia”  

Eu não preciso de um milagre doutor eu já vivi a vida inteira um milagre e agora percebi. Cristina sorriu ainda mais e concordou com a cabeça e fechou os olhos para sempre.
O doutor emocionado pegou o livro curioso e o abriu na mesma página que Douglas e Daniel liam agora no presente...

M I L A G R E...

É tudo o que esperamos em nossas finitas vidas que se alastram pelo infinito tempo... Quando você cair e não conseguir se levantar tenha a certeza que uma mão de amizade e amor vai estar do seu lado para lhe ajudar a levantar...

Ás vezes somos feitos para não conseguirmos levantarmos por contra própria, pois precisamos que alguém toque nossos corações e nos dêem um motivo para levantar.
Assim como os besouros de verão que voavam encantados pela luz cor de prata da lua, nós andamos encantados por luzes que enganam nossos sentimentos, nossos olhos... A vida nos derruba e às vezes parece um abismo e escuro e intransponível... Até que um sorriso, uma gargalhada, uma amizade, um sentimento de amor nos ilumina naquele lugar...

Os besouros caem porque existem para serem completados pela natureza e completarem a mesma. Assim é conosco, existimos para preenchermos a vida de outras pessoas e para que outras pessoas preencham a nossa vida através de gestos que façam a vida ter sentido, que faça valer a pena de uma forma que ainda talvez não possamos enxergar plenamente...

OS BESOUROS CAEM, NÓS CAIMOS, PARA QUE POSSAMOS ADQUIRIR A FORÇA PARA LEVANTAR! Esse é um dos propósitos... Meu filho AMADO.

Ao ler aquelas palavras Douglas cedeu a algumas lágrimas ele entendia agora que podia superar tudo que havia passado...


Continua...


Conto 6

Os dias são todos iguais...

Não?

É são todos iguais, tão iguais que não notamos as nossas diferenças, eu falo as verdadeiras, não as de pouca importância. Mas diferenças que não nos faz diferentes ao mesmo tempo.

Leonardo sempre foi apaixonado por criar coisas, foi então que desde jovem juntou suas economias para publicar uma baixa tiragem de um livro que ele pretendia escrever. O livro não tinha um tema em especifico falava sobre tudo que ele observava. Algo que Leonardo tinha observado é que o mundo em silêncio nos revela coisas que ele achava que as pessoas não estão acostumadas a observar.

Sim isso mesmo, você esta certo... Leonardo era surdo/mudo.

Sua vida inteira fora um completo silêncio, e na verdade ele não compreendia quando lia no jornal que determinada música era o hit do momento, ou tão pouco quando na internet outras pessoas atacavam aquela mesma música por considerar péssima. Ele não podia escutar, mas mesmo assim ele fazia parte daquele mesmo mundo?

As pessoas se preocupavam tanto com aquilo, pensava ele... Como se aquilo fosse à resposta pelo sentido de se estar vivo naquele momento respirando...

Então ele poderia ser um ser humano pior, com menos capacidade...

Uma vez ele leu em um livro que o importante não é a quantidade de força, dinheiro e até mesmo amor que possuímos, mas sim como usamos a nossa força, o nosso amor. O sentido não estaria nos gostos, mas sim em nosso caráter. O sentido não está na capacidade, mas sim na força de manisfestar o que temos por dentro.

Leonardo gostava de sentar na beira da praia e ver as ondas quebrarem. Cada onda era única, cada momento é único, assim como cada pessoa é única, mesmo com os defeitos que cada um possui. Esses pensamentos deslizavam da sua mente e caiam nas páginas brancas de seu livro.

Sentado na beira do mar ele não podia ver o vento, e tão pouco escutar seus assovios que as pessoas diziam escutar em dias chuvosos de ventania. Porém quando ele fechava seus olhos podiam sentir a brisa do mar tocar seus cabelos e lhe contar sobre os outros lugares que havia percorrido. Era assim que Leonardo queria ser... Livre como o vento que desliza pelo céu levando consigo o tempo e várias histórias...

Leonardo queria que a sua história fizesse novas histórias brotarem no coração de cada pessoa. Muitas pessoas o achavam um coitado, ou um deficiente. Mas ele via aquilo como um dom, o dom de sentir verdadeiramente o mundo ao seu redor.

Certa vez quando era criança Leonardo foi levado ao hospital, pois seus pais notaram que ele não aprendia a falar e tão pouco reagia aos seus chamados. Então o pequeno garoto foi diagnosticado como surdo e várias terapias e aulas para surdos foram indicas. O médico comovido com o pequenino garoto que observava o mundo no silêncio absoluto abriu a gaveta de sua mesa e retirou um livro de capa azul com nuvens desenhadas e deu ao garoto.

Leonardo não entendeu o gesto e tão pouco sabia ler, pois ainda era criança. Porém ao descobrir o significado das palavras começou a ler aquele livro e entender parte do seu próprio papel na vida.

Ele tinha o dom de escrever sua própria história de vida, e literalmente não precisava escutar os palpites das pessoas que apesar de poderem escutar, escutam o que os outros querem que elas ouçam... E cegos vivem...

Em algum dia de uma certa semana de um determinado mês Leonardo deixou aquele livro em um ônibus que havia tomado para ir até o aeroporto. Ele sabia que aquela história do livro formaria novas histórias na vida de outras pessoas.

Leonardo estava viajando, ele era um recém famoso escritor viajando para escrever mais histórias, para escrever sua própria história. Para ver o mundo, ver outras pessoas outras culturas, pois acreditava que essa era a riqueza maior do ser humano... As diferenças que cada um possui. Cada pessoa em sua cultura fazia suas próprias descobertas, vivia suas próprias experiências e compartilhava isso com as pessoas ao seu redor.

Leonardo tinha cada vez mais certeza que as experiências de outras culturas eram a possibilidade de apreciar mais a vida no pouco tempo que temos sobre a terra. Eram a possibilidade de aprendermos mais sobre nós mesmos, sobre a vida, sobre o mundo. São histórias que de uma história, a história da vida escrita através das nossas histórias, através de nossas existências que brilham por uma fração de segundo na imensidão do universo, assim como as estrelas.

Histórias de uma história! É isso que a vida é!

Histórias que se completam, pessoas que se completam, momentos que germinam na terra chamada vida e fazem brotar existências que percorrem o tempo construindo novos sentidos pela imensidão da vida que sobe até as estrelas até se perder de vista.

As nossas histórias irão se encontrar novamente em algum pedaço da imensidão do céu observe bem no silêncio da noite o céu. Lá que será escrita uma nova história. Eu tenho certeza... Histórias que farão uma nova história no infinito...

É no silêncio da vida que eu senti meu coração bater, o pulsar do meu coração que me deu fôlego de escrever essas histórias que se unem a sua história de vida hoje!

É os dias são todos iguais, nós é que estamos diferentes...

FIM.

Escrito Por: Édiner R Silveira.  Todos os direitos reservados.