Alexandre Barbosa da Silva
Capítulo 4 : Lá e De Volta (para o presente) Outra Vez.
- Aparentemente estamos no lugar certo – falou Gabrielle comparando o nome no folheto com o da fachada do hotel.
- É, e não parece ruim... – constatou Douglas.
- Ok, vamos fazer o check-in.
Douglas começou a falar com a recepcionista em inglês. Ela dizia que não havia outro quarto para uma pessoa, a não ser o que estava reservado pra ele, e que além dele, só havia uma suíte de dois quartos, que custava o dobro.
- Não tem problema, eu pago a diferença – falou Gabrielle sorrindo – Pelo menos são dois quartos, assim não vai ficar muito estranho – então dirigiu-se a recepcionista – There is a particular toilet for each room, isn’t? – seu inglês não era maravilhoso, mas ela se fazia entender.
- Yes, of course - respondeu a recepcionista.
- Perfect! – Gabrielle já começou a assinar os papéis que a mulher lhe entregava. Pouco tempo depois eles subiam o elevador com um mensageiro que carregava as malas em um carrinho de muita má vontade. Ele lançava olhares enraivecidos para os dois, e não falava uma palavra, apenas olhava emburrado (entre um olhar perverso e outro) para o painel que mostrava o andar, como se esperar o elevador chegar fosse durar uma eternidade.
Quando chegaram no quarto, Douglas percebeu que Gabrielle estava tentando conquistar a simpatia do garoto, sorrindo e agradecendo pelos seus serviços – embora o garoto os fizesse de uma forma um tanto rude. Ela só parou quando ele fez um suspiro de irritação depois que ela o agradeceu por ajudar a colocar as malas de Douglas no outro quarto.
Depois de esvaziar o carrinho, o mensageiro ficou parado no corredor, olhando os dois como se esperasse alguma coisa. Gabrielle foi até a porta, lhe lançou um imenso sorriso, que desta vez ele quase retribuiu, e então fechou a porta com um baque, sem dizer uma palavra.
- Se ele achava que ia ganhar gorjeta depois do suspirinho, deve ser maluco – falou Gabrielle transtornada. Definitivamente, ser antipática com alguém era algo que ela fazia a contragosto, mesmo que a pessoa merecesse.
Douglas riu alto.
- Vou tomar um banho – disse.
-Eu também – falou ela, e cada um entrou em um banheiro.
Depois do banho, Douglas decidiu que a dar uma volta, talvez comer uma pizza, estava faminto. Saiu do quarto e viu Gabrielle saindo do outro banheiro de roupão, e depois se jogando em um tapete que ficava entre a cama e a mesinha onde estava a televisão. Deitada no chão, olhava para o teto com uma expressão pensativa.
- Gabrielle, eu acho que vou dar uma volta, quem sabe comer uma pizza, conhecer um pouco a cidade. Afinal, depois de amanhã eu já vou para Veneza.
- Aham, tudo bem, vai lá – disse ela erguendo a cabeça com dificuldade, ainda deitada no chão – quer dizer, nós não precisamos ficar o tempo todo juntos... não é?
Ela havia entendido errado, na verdade ele ia convidá-la pra ir junto, e conversar mais um pouco, e não percebeu que ela na verdade também queria ir.
- Ah, ta bom... ok – falou ele meio desconcertado. Então se virou pra porta e começou a andar.
Por sorte (ou não), ela era mais perceptiva.
- Douglas - ela disse enquanto ele se afastava – posso ir junto?
Ainda virado de costas pra ela, ele sorriu. Depois diminuiu o sorriso e virou-se novamente na direção dela.
- Tá, se levanta, e coloca uma roupa quente, deve estar ainda mais frio agora – ele então estendeu a mão para ela, que aceitou a ajuda sorrindo também.
- Ah, você não pode achar o terceiro melhor que os outros, principalmente o segundo! - exclamava Gabrielle do outro lado da mesa, com um pedaço de pizza na mão.
- É sério, eu só fui ver De Volta para o Futuro Parte 3 depois de velho, e como já tinha visto os outros cinqüenta mil vezes antes... acho que gostei mais do que deveria – era a primeira vez que a conversa tinha tirado a expressão pensativa e séria do rosto de Gabrielle, e Douglas estava dando corda ao assunto, por que sabia que ela estava pensando no no encontro com o pai no dia seguinte.
- Tudo bem... pelo menos concordamos sobre o primeiro Matrix e o sexto livro do Harry Potter. Mas ainda acho que não conseguiria criar filhos com alguém que acha o terceiro De Volta para o Futuro o melhor da trilogia.
Douglas ficou encabulado. Isso mesmo, como um adolescente de quinze anos (ou menos). Ela riu, e depois disso, veio o silêncio da falta de assunto. O sorriso de Gabrielle começou a diminuir, até ela voltar a ficar séria e pensativa. Douglas não conseguia pensar em outro assunto para começar – efeito colateral de ter ficado encabulado. Quando foi abrir a boca para falar a primeira coisa que lhe veio a mente, ela falou:
- Eu sei o que você está fazendo Douglas – Eu disse que ela era perceptiva – obrigada. Mesmo. É a prova de que a minha idéia de virmos juntos foi de fato, ótima.
Douglas apenas concordou com a cabeça.
- Mas... vamos terminar de comer e voltar para o hotel, já está ficando tarde.
Comeram, e conversaram mais um pouco no caminho de volta. Gabrielle tentando fingir que não estava nervosa. Estar nervosa não era uma situação comum para ela também. Deitada na cama do hotel, depois que Douglas lhe deu boa noite e foi para o outro quarto. Ficou uma hora pensando no dia seguinte sem conseguir dormir. Estava preocupada, mas sabia que era uma boa atriz, quando se falava em esconder os sentimentos – a não ser talvez, de Douglas – e que pularia a parte das acusações contra o pai, fugiria dos clichês e pelo menos no começo, representaria um papel calmo, sensato e forte, sem choro, sem rancores...
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Diário das Trevas - Capitulo 3
Escrito Por: Édiner. R. Silveira
Capítulo 3: Estranhos
As coisas aconteceram tão rápido que eu nem tive tempo para pensar direito sobre tudo que havia acontecido naquele dia, foi então que eu comecei a imaginar várias coisas que poderiam ter causado todo aquele caos, aquela nuvem negra poderia ser algum vazamento químico e por isso a cidade poderia ter sido isolada, podia ser também algum desastre natural seguido do apocalipse, guerra, ou até mesmo aliens que estavam invadindo a terra, agente ta tão acostumado com os filmes de ficção que são as primeiras coisas que vem na cabeça da gente em um tipo de situação dessas, eu fiquei tentando achar a hipótese mais provável para tudo aquilo, mas a minha cabeça ficou mais confusa quando eu li a mensagem que havia sido enviada para o meu celular.
Eu apertei o botão e comecei a ler a mensagem que estava na tela do meu celular, era tão clara aquela mensagem que eu custei a acreditar no que estava escrito, de inicio eu pensei que poderia ser uma mensagem da minha mãe ou do meu irmão meu coração desejava que fosse também a garota que eu amo ela se chama Jayne, mas infelizmente não foi nenhuma dessas pessoas que eu mencionei que me enviou a mensagem de texto, cada palavra daquela mensagem parecia absurda e improvável.
Pense coisas boas, ñ ha como salvar as pessoas que vc ama, somente o coração de cada uma pode salva-las do perigo que esta mais próximo do que cada um de nós imagina, evite sentimentos como ódio e raiva e talvez tudo ficará bem...Foi isso que escapou do diário. Até mais. P.S Não ligue as luzes e em momentos de desespero olhe para o alto alto ^^ REMETENTE: Desconhecido
Aquelas palavras por mais que estivessem no meu idioma não faziam sentido eu me joguei na poltrona apavorado, a situação parecia mais séria e complicada do que eu imaginava, senti um terrível aperto no coração, cada pensamento que me vinha a cabeça me dava mais medo, afinal quem havia me enviado aquela mensagem? O silêncio e a escuridão eram minhas companhias naquele momento, me fazia uma falta tremenda a voz da minha mãe a presença do meu irmão e a vontade imensa de falar com a garota que eu amo Jayne...
Repentinamente um barulho veio da rua, perecia quem alguém estava revirando alguma coisa, a minha reação não foi outra, fui até a janela e puxei lentamente um pedaço da cortina até abrir uma fresta suficiente para que eu pudesse espiar, ainda estava tudo escuro, porém na casa em frente a minha as luzes estavam todas acessas, definitivamente eram os meus vizinhos que conseguiram chegar em casa, uma esperança encheu meu peito, a primeira coisa que veio a minha cabeça foi ir até lá e pedir ajuda, saber o que estava acontecendo se eles sabiam da minha mãe e do meu irmão foi então que todas as minhas intenções foram atropeladas, uma lata de lixo veio rolando estranhamente pela rua, eu conseguia escutar vagamente as vozes dos vizinhos conversando, mas o que tinha derrubado a lata?
Sim podia ser a minha mãe e o meu irmão, as pessoas podiam estar voltando para suas casas e tudo ficaria bem, porém eu estava redondamente enganado, dois vultos surgiram na rua caminhando lentamente eles usavam mantos negros e tinham uma estatura mediana, ambos pararam na frente da casa dos meus vizinhos tocaram a campainha e depois de alguns segundos a porta se abriu, foi então que tudo começou...Próximo Capítulo Dia: 01/07/2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Quem Te Traz as Cores - Capítulo 3
Alexandre Barbosa da Silva
Capítulo 3: Lost in Translation
Tudo bem, eu vou tentar descrever em palavras. É um misto de empolgação e... sono? Não, não sono, sonho! Aquela sensação de que as coisas não parecem reais, mas ao mesmo tempo, você não se preocupa em acordar e descobrir que não foi real – o que na verdade, é uma das piores coisas que pode acontecer ao humor de uma pessoa. É como uma plenitude efêmera. Sim, pois só dura alguns momentos. Depois é necessário que outra coisa aconteça para trazer de volta aquela sensação. Difícil de entender? Pois é, também o é para seu humilde narrador que, aliás, não devia estar se referindo a si mesmo como uma (e em terceira) pessoa, já que ele não havia feito isso até agora. Mas tudo bem… danem-se as regras e convenções impostas.
Gabrielle foi na frente, e disse que esperaria por Douglas na saída do Aeroporto Internacional de Roma, chamado de Leonardo da Vinci (ou Aeroporto Fiumicino), enquanto ele pegava as suas malas e apresentava o seu passaporte a um simpático senhor. Bom, pelo menos parecia, já que Dougas não entendia nada do que o homem dizia.
Alguns minutos depois, e após muitos mal entendidos, ele conseguiu se livrar das burocracias pertinentes a viagens internacionais. Próximo a saída, Roberto que passava apressado, o desejou boa sorte.
- Obrigado mesmo. Valeu! – agradeceu.
Encontrou Gabielle parada na frente de uma imensa frota de taxis. Ela puxava um cachecol da bolsa e o apertava tão forte contra o pescoço que parecia que queria se estrangular.
- Meu Deus, como é frio! – disse ela tremendo quando o avistou. Ele concordou com a cabeça.
- Mas já vim preparado – e indicou as luvas e a enorme jaqueta que vestia.
- Em que hotel vai ficar? – ela perguntou.
- Em um não muito luxuoso eu acho, considerando que eu comprei um pacote mais barato. Nem sei pronunciar o nome do hotel – então ele mostrou a ela o nome escrito em um folheto.
- Hmmm, também não sei pronunciar – ela riu – mas vou pra lá com você. Meu pai só me espera amanhã, e eu não quero adiantar o encontro, por isso não vou pra casa dele hoje.
- Tudo bem então, vou ver se arrumo um taxi.
Ela o observou se afastar até o taxi mais próximo, e riu enquanto ele gesticulava em grandes arcos, e apontava para o folheto, tentando fazer o taxista entender a mensagem. Depois ele voltou correndo com o taxista em seu encalço. Os dois ajudaram a colocar as malas de Gabrielle no porta-malas do pequeno carro branco. Os dois se jogaram no banco traseiro para escapar do frio enquanto o motorista assumia a direção. Assim que o carro começou a se locomover, Douglas riu.
- O que foi? – perguntou gabrielle, que se surpreendera com a risada repentina.
- Ah, não é nada. Eu só espero realmente que estejamos indo para o lugar certo – riu novamente e depois ficou olhando pra fora distraidamente.
Ela riu também e se virou para a janela. Contemplou a bela cidade e suas construções imponentes, ainda mais belas devido a cor e a luminosidade que só existem ao final do crepúsculo, o último fiapo de dia, que mesmo lutando bravamente, só dura poucos minutos na briga contra a noite que cai esmagadora. Gabrielle colocou a mão no vidro. Os últimos raios de sol mediam apenas um centímetro por entre seus dedos, que se fechavam conforme o astro-rei era forçado a afundar no horizonte.
Capítulo 3: Lost in Translation
Tudo bem, eu vou tentar descrever em palavras. É um misto de empolgação e... sono? Não, não sono, sonho! Aquela sensação de que as coisas não parecem reais, mas ao mesmo tempo, você não se preocupa em acordar e descobrir que não foi real – o que na verdade, é uma das piores coisas que pode acontecer ao humor de uma pessoa. É como uma plenitude efêmera. Sim, pois só dura alguns momentos. Depois é necessário que outra coisa aconteça para trazer de volta aquela sensação. Difícil de entender? Pois é, também o é para seu humilde narrador que, aliás, não devia estar se referindo a si mesmo como uma (e em terceira) pessoa, já que ele não havia feito isso até agora. Mas tudo bem… danem-se as regras e convenções impostas.
Gabrielle foi na frente, e disse que esperaria por Douglas na saída do Aeroporto Internacional de Roma, chamado de Leonardo da Vinci (ou Aeroporto Fiumicino), enquanto ele pegava as suas malas e apresentava o seu passaporte a um simpático senhor. Bom, pelo menos parecia, já que Dougas não entendia nada do que o homem dizia.
Alguns minutos depois, e após muitos mal entendidos, ele conseguiu se livrar das burocracias pertinentes a viagens internacionais. Próximo a saída, Roberto que passava apressado, o desejou boa sorte.
- Obrigado mesmo. Valeu! – agradeceu.
Encontrou Gabielle parada na frente de uma imensa frota de taxis. Ela puxava um cachecol da bolsa e o apertava tão forte contra o pescoço que parecia que queria se estrangular.
- Meu Deus, como é frio! – disse ela tremendo quando o avistou. Ele concordou com a cabeça.
- Mas já vim preparado – e indicou as luvas e a enorme jaqueta que vestia.
- Em que hotel vai ficar? – ela perguntou.
- Em um não muito luxuoso eu acho, considerando que eu comprei um pacote mais barato. Nem sei pronunciar o nome do hotel – então ele mostrou a ela o nome escrito em um folheto.
- Hmmm, também não sei pronunciar – ela riu – mas vou pra lá com você. Meu pai só me espera amanhã, e eu não quero adiantar o encontro, por isso não vou pra casa dele hoje.
- Tudo bem então, vou ver se arrumo um taxi.
Ela o observou se afastar até o taxi mais próximo, e riu enquanto ele gesticulava em grandes arcos, e apontava para o folheto, tentando fazer o taxista entender a mensagem. Depois ele voltou correndo com o taxista em seu encalço. Os dois ajudaram a colocar as malas de Gabrielle no porta-malas do pequeno carro branco. Os dois se jogaram no banco traseiro para escapar do frio enquanto o motorista assumia a direção. Assim que o carro começou a se locomover, Douglas riu.
- O que foi? – perguntou gabrielle, que se surpreendera com a risada repentina.
- Ah, não é nada. Eu só espero realmente que estejamos indo para o lugar certo – riu novamente e depois ficou olhando pra fora distraidamente.
Ela riu também e se virou para a janela. Contemplou a bela cidade e suas construções imponentes, ainda mais belas devido a cor e a luminosidade que só existem ao final do crepúsculo, o último fiapo de dia, que mesmo lutando bravamente, só dura poucos minutos na briga contra a noite que cai esmagadora. Gabrielle colocou a mão no vidro. Os últimos raios de sol mediam apenas um centímetro por entre seus dedos, que se fechavam conforme o astro-rei era forçado a afundar no horizonte.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Diário das Trevas - Capitulo 2
Capitulo 2: Medo
Escrito Por: Édiner .R. Silveira
Eu acho que o que agente mais tem medo na vida é a morte, quando eu pensava na morte eu achava que era uma coisa que estava longe de mim, que eu estava protegido e que ia demorar muito tempo para a “minha hora chegar” eu nunca tinha parado para pensar sobre isso, como ia ser com que idade eu iria morrer, mas depois de tudo que aconteceu eu tive que aprender a aceitar que quando eu menos esperasse a morte poderia bater na porta da minha vida e me convidar a deixar este mundo mesmo contra minha vontade, mas com o tempo eu só tinha uma única coisa para me proteger de tudo isso, era uma palavra chamada fé nada mais.
Enquanto eu observava aquela nuvem negra se aproximando de mim e engolir tudo ao seu redor, um pensamento passou pela minha cabeça, um pensamento de que eu iria morrer naquele momento que não havia mais tempo, um frio me percorreu a espinha, o ultimo bolso da calça que eu havia procurado era onde estava a chave da porta da minha casa, mas já era tarde demais quando eu finalmente achei aquela bendita chave.
Lentamente aquela nuvem negra cobriu toda a cidade, do asfalto até o menor pedaço do céu que a luz do sol podia tocar, e assim como todo o resto eu também fui engolido pela nuvem negra, sem poder me defender, sem poder olhar novamente nos olhos das pessoas que eu amava...
Eu estava sentindo um pavor difícil de explicar, um medo atormentador me tomou eu conseguia sentir meu corpo gelar lentamente, como se a minha vida estivesse se esgotando a cada segundo que passava, eu havia fechado os meus olhos, na verdade me faltava coragem para abri-los, pois tinha medo de talvez enxergar algo assustador, minha mão ainda estava no bolso segurando a chave. Foi então que eu reuni toda a coragem que me restava e abri os olhos para encarar o que estava acontecendo. Estava tudo escuro, mas não completamente escuro, pois os postes das ruas estavam acessos, na verdade parecia uma noite gelada e nublada, porém sem a luz das estrelas ou da lua, tudo estava quieto e sem vida, eu senti meu coração acelerar repentinamente como se algo ruim fosse acontecer a qualquer momento, sem hesitar eu enfiei a chave na porta e entrei em casa o mais rápido que pude trancando a porta em seguida, dentro de casa estava totalmente escuro, as janelas estavam cobertas por cortinas, eu não sabia se devia acender as luzes, pois poderia chamar a atenção, então decidi me virar com a luz da tela do celular, afinal de contas quem nunca usou o celular para isso? O primeiro lugar que me passou pela cabeça para ir era a cozinha, eu estava com fome e pensei em pegar algumas velas para iluminar um pouco a sala a cozinha e os outros cômodos que eu fosse usar, depois de acender quatro velas decidi comer alguma coisa, achei alguns pães guardados na dispensa e os comi com geléia, eu não sabia o que iria acontecer dali pra frente então decidi economizar a comida, também para o caso de minha mãe ou meu irmão chegassem.
Depois de comer coloquei duas velas na sala, uma na cozinha e outra no banheiro. Então me sentei no sofá e fiquei parado ali naquele silêncio, imaginando a minha mãe e o meu irmão entrando pela porta como todos os dias, mas conforme o tempo passava aquilo parecia mais impossível, mais distante de acontecer, mas o que mais me preocupava era uma garota que eu gosto que estuda em outra escola, fiquei tentando adivinhar se ela estava bem, fazia pouco tempo que agente tinha começado a sair, mas eu já podia dizer que amava ela. As dúvidas martelavam a minha cabeça e as perguntas surgiam uma a uma, o que estava acontecendo? Por que de tudo aquilo? O que é aquela nuvem negra?
Foi então que meus pensamentos foram interrompidos por um barulho vindo do celular, eu o peguei com o coração disparando de tão rápido, estava escrito 1 Nova Mensagem. Não esperei nem um segundo e apertei o botão para ler a mensagem...
Próximo Capitulo Semana que Vem Dia: 24/06/11
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Quem Te Traz as Cores - Capítulo 2
Alexandre Barbosa da Silva
Capítulo 2 - A Grande Coincidência - Parte 2
Ela resolveu que ia prestar atenção ao banco da frente, abriu o livro novamente, mas não conseguia se concentrar nas duas coisas ao mesmo tempo. Por que ela fechou o livro se ia abrir novamente? Por que ela gostava de fazer isso. Trazer à própria vida certa teatralidade. É inegável o apelo de certa forma cinematográfico, exercido por esse ato de fechar o livro e abrir um sorriso, mesmo que ninguém a visse. Pensar nessa idéia a divertia.
O vizinho de Douglas havia parado de fazer perguntas há alguns minutos, o que deu a ele a liberdade de colocar os fones de ouvido e pegar um livro da sua bolsa de mão. O Guia do Mochileiro das Galáxias, do seu xará Douglas Adams. Já havia lido duas vezes, mas sempre se divertia, rindo das piadas que já conhecia.
Um tempo depois, o vizinho o cutucou no ombro. Douglas tirou os fones de ouvido pra escutar o que ele dizia:
- Vou dar um pulinho no banheiro, já volto.
- Ok – respondeu. Não entendeu o porquê de o cara ter que explicar aonde ia... alright.
Só deu tempo de recolocar os fones e voltar os olhos para o livro até sentir outra batidinha no ombro. Tirou novamente os fones e se virou pra a menina de cabelos coloridos que o havia cutucado.
- Oi. O que você está lendo? – Ela perguntou.
Douglas mostrou a capa do livro a ela.
- Clássico. – Ela disse encarando-o.
Douglas ficou um pouco desconfortável com o olhar da garota. Não conseguia ver de que cor eram os olhos dela, verde, azul, amarelo... não sabia dizer. A achou bonita, de um jeito estranho... não estranho, diferente. Não era uma beleza comum.
- Posso me sentar aqui? – ela apontou para o banco vazio, e já sentou sem esperar a resposta. Estava levemente nervosa, não era exatamente uma situação comum para ela abordar um estranho desse jeito. Ficou uns segundos sem falar nada, depois continuou
– Que música está ouvindo?
- É rock. Eu gosto de rock, os mais indie assim...
- Hmmm, como os Strokes, The Killers... eu gosto bastante também, mas escuto mais os clássicos dos anos oitenta, como The Cure, White Snake. Curte?
- Não conheço muitas músicas de nenhuma das bandas, mas gosto de algumas de cada – respondeu Douglas. Ela fazia muitas perguntas, então ele achou que estava na hora de entrar na conversa também – E então, qual é o seu nome? – perguntou fechando o livro.
- Gabrielle. Prazer em conhecê-lo – estendeu a mão para que ele apertasse.
- Douglas, e o prazer é meu.
A conversa estava mais formal do que Gabrielle estava acostumada, havia aquele clima estranho de quando duas pessoas não se conhecem. Mas ela continuou puxando assuntos, até que aos poucos Douglas foi ficando mais falante. Uns trinta minutos depois o vizinho de poltrona retornou e ficou olhando a situação com uma cara de quem não sabia se pedia para ela sair ou voltava para o banheiro.
- Gabrielle, está poltrona é dele – indicou o senhor parado no corredor, logo após parar de rir da última frase de Gabrielle. “É sério, aquela casa parecia uma mala de louco!” seja lá o que isso quer dizer.
- Ah, oi, como o senhor se chama? – ela perguntou. Tanto ela quanto Douglas se perguntavam: O que esse cara estava fazendo, pra demorar tanto no banheiro?
- Roberto.
- Olá senhor Roberto! Como vai? Será que poderia me fazer um favor? – Ela falava com um sorriso aberto para ele, seria difícil negar-lhe um favor - O senhor poderia sentar-se no meu lugar para que eu possa conversar com o Douglas? É logo nessa poltrona aqui atrás de mim.
- Ah, é claro que sim! Não tem problema nenhum .
Enquanto dirigia-se para a nova poltrona, Roberto lançou um olhar maroto a Douglas, como quem diz “Te saquei, malandrinho!”, só faltou dar uma piscadinha.
A partir daí, Douglas e Gabrielle conversaram durante quase toda a viajem. Ele a achou uma figura! Ela o achou tão diferente do que ela estava acostumada!
Quando faltava meia hora para a aterrissagem, ela mudou o rumo da conversa.
- Olha... Douglas, quando eu estava no banco de trás, não pude deixar de ouvir o que você falou sobre o seu pai, a Europa e tal.
- Ah, ok. Não tem problema. Quero dizer, eu estava falando disso com o Roberto, que é um completo estranho. Sem ofensas cara – ouviu-se um “tudo bem, não ofendeu” vindo do banco de trás – Na verdade eu nem sabia o nome dele até você perguntar.
Gabrielle riu.
- Não, é que... foi por isso que eu vim falar com você. É que... cara! É a maior coincidência que eu já vi...
- O quê? – Douglas estava agora muito curioso.
- Na verdade, eu também estou vindo pra Europa reencontrar meu pai, que eu não vejo desde os oito anos mais ou menos.
Nossa! Douglas pensou, isso sim é que é coincidência. Estava com uma cara de espanto que não passou despercebida.
- É, pois é. E como você está viajando sozinho, e eu também, pensei em convidá-lo... você vai achar estranho... – não era normal ela parecer insegura daquele jeito – convidá-lo para me acompanhar, daí depois eu posso acompanhá-lo também... quero dizer, só até a França. E como este avião vai pousar na Itália, acho que você comprou um pacote de viagens...
Douglas estava um pouco perplexo com o convite, mas ao mesmo tempo, a idéia o empolgava.
-Sim, vou passar pela Itália, depois vou para a Alemanha, Inglaterra, França e por último, Espanha. Mas... Por que...? Você mal me conhece.
- Sei lá, não acho que é o tipo de coisa que se faz sozinho, sabe, sem ter ninguém pra prestar um apoio. E, além disso, você diz que eu não o conheço, mas e toda essa conversa? Na verdade era só pra descobrir se você não era nenhum psicopata. Parabéns! Você passou no teste!
Douglas ainda não sabia, mas o que ela estava fazendo agora era uma das coisas mais difíceis pra ela. Mostrando-se um pouco vulnerável, por baixo de toda aquela aparência independente e auto-suficiente.
Douglas sorriu para ela.
-Claro, eu adoraria. Mas e você? Está indo direto para a Itália, não está? O que me leva a crer que seu pai está lá. Como vai me seguir em um tour pela Europa?
- Não se preocupe com isso. Pra uma coisa ele sempre prestou. Pra pagar para mim e para a minha mãe uma pensão bem gorda.
Eles então se calaram, e viraram-se para as poltronas da frente. Sorriram para si mesmos ao mesmo tempo. E também ao mesmo tempo, sentiram a mesma coisa. Algo que não pode ser descrito em palavras.
Capítulo 2 - A Grande Coincidência - Parte 2
Ela resolveu que ia prestar atenção ao banco da frente, abriu o livro novamente, mas não conseguia se concentrar nas duas coisas ao mesmo tempo. Por que ela fechou o livro se ia abrir novamente? Por que ela gostava de fazer isso. Trazer à própria vida certa teatralidade. É inegável o apelo de certa forma cinematográfico, exercido por esse ato de fechar o livro e abrir um sorriso, mesmo que ninguém a visse. Pensar nessa idéia a divertia.
O vizinho de Douglas havia parado de fazer perguntas há alguns minutos, o que deu a ele a liberdade de colocar os fones de ouvido e pegar um livro da sua bolsa de mão. O Guia do Mochileiro das Galáxias, do seu xará Douglas Adams. Já havia lido duas vezes, mas sempre se divertia, rindo das piadas que já conhecia.
Um tempo depois, o vizinho o cutucou no ombro. Douglas tirou os fones de ouvido pra escutar o que ele dizia:
- Vou dar um pulinho no banheiro, já volto.
- Ok – respondeu. Não entendeu o porquê de o cara ter que explicar aonde ia... alright.
Só deu tempo de recolocar os fones e voltar os olhos para o livro até sentir outra batidinha no ombro. Tirou novamente os fones e se virou pra a menina de cabelos coloridos que o havia cutucado.
- Oi. O que você está lendo? – Ela perguntou.
Douglas mostrou a capa do livro a ela.
- Clássico. – Ela disse encarando-o.
Douglas ficou um pouco desconfortável com o olhar da garota. Não conseguia ver de que cor eram os olhos dela, verde, azul, amarelo... não sabia dizer. A achou bonita, de um jeito estranho... não estranho, diferente. Não era uma beleza comum.
- Posso me sentar aqui? – ela apontou para o banco vazio, e já sentou sem esperar a resposta. Estava levemente nervosa, não era exatamente uma situação comum para ela abordar um estranho desse jeito. Ficou uns segundos sem falar nada, depois continuou
– Que música está ouvindo?
- É rock. Eu gosto de rock, os mais indie assim...
- Hmmm, como os Strokes, The Killers... eu gosto bastante também, mas escuto mais os clássicos dos anos oitenta, como The Cure, White Snake. Curte?
- Não conheço muitas músicas de nenhuma das bandas, mas gosto de algumas de cada – respondeu Douglas. Ela fazia muitas perguntas, então ele achou que estava na hora de entrar na conversa também – E então, qual é o seu nome? – perguntou fechando o livro.
- Gabrielle. Prazer em conhecê-lo – estendeu a mão para que ele apertasse.
- Douglas, e o prazer é meu.
A conversa estava mais formal do que Gabrielle estava acostumada, havia aquele clima estranho de quando duas pessoas não se conhecem. Mas ela continuou puxando assuntos, até que aos poucos Douglas foi ficando mais falante. Uns trinta minutos depois o vizinho de poltrona retornou e ficou olhando a situação com uma cara de quem não sabia se pedia para ela sair ou voltava para o banheiro.
- Gabrielle, está poltrona é dele – indicou o senhor parado no corredor, logo após parar de rir da última frase de Gabrielle. “É sério, aquela casa parecia uma mala de louco!” seja lá o que isso quer dizer.
- Ah, oi, como o senhor se chama? – ela perguntou. Tanto ela quanto Douglas se perguntavam: O que esse cara estava fazendo, pra demorar tanto no banheiro?
- Roberto.
- Olá senhor Roberto! Como vai? Será que poderia me fazer um favor? – Ela falava com um sorriso aberto para ele, seria difícil negar-lhe um favor - O senhor poderia sentar-se no meu lugar para que eu possa conversar com o Douglas? É logo nessa poltrona aqui atrás de mim.
- Ah, é claro que sim! Não tem problema nenhum .
Enquanto dirigia-se para a nova poltrona, Roberto lançou um olhar maroto a Douglas, como quem diz “Te saquei, malandrinho!”, só faltou dar uma piscadinha.
A partir daí, Douglas e Gabrielle conversaram durante quase toda a viajem. Ele a achou uma figura! Ela o achou tão diferente do que ela estava acostumada!
Quando faltava meia hora para a aterrissagem, ela mudou o rumo da conversa.
- Olha... Douglas, quando eu estava no banco de trás, não pude deixar de ouvir o que você falou sobre o seu pai, a Europa e tal.
- Ah, ok. Não tem problema. Quero dizer, eu estava falando disso com o Roberto, que é um completo estranho. Sem ofensas cara – ouviu-se um “tudo bem, não ofendeu” vindo do banco de trás – Na verdade eu nem sabia o nome dele até você perguntar.
Gabrielle riu.
- Não, é que... foi por isso que eu vim falar com você. É que... cara! É a maior coincidência que eu já vi...
- O quê? – Douglas estava agora muito curioso.
- Na verdade, eu também estou vindo pra Europa reencontrar meu pai, que eu não vejo desde os oito anos mais ou menos.
Nossa! Douglas pensou, isso sim é que é coincidência. Estava com uma cara de espanto que não passou despercebida.
- É, pois é. E como você está viajando sozinho, e eu também, pensei em convidá-lo... você vai achar estranho... – não era normal ela parecer insegura daquele jeito – convidá-lo para me acompanhar, daí depois eu posso acompanhá-lo também... quero dizer, só até a França. E como este avião vai pousar na Itália, acho que você comprou um pacote de viagens...
Douglas estava um pouco perplexo com o convite, mas ao mesmo tempo, a idéia o empolgava.
-Sim, vou passar pela Itália, depois vou para a Alemanha, Inglaterra, França e por último, Espanha. Mas... Por que...? Você mal me conhece.
- Sei lá, não acho que é o tipo de coisa que se faz sozinho, sabe, sem ter ninguém pra prestar um apoio. E, além disso, você diz que eu não o conheço, mas e toda essa conversa? Na verdade era só pra descobrir se você não era nenhum psicopata. Parabéns! Você passou no teste!
Douglas ainda não sabia, mas o que ela estava fazendo agora era uma das coisas mais difíceis pra ela. Mostrando-se um pouco vulnerável, por baixo de toda aquela aparência independente e auto-suficiente.
Douglas sorriu para ela.
-Claro, eu adoraria. Mas e você? Está indo direto para a Itália, não está? O que me leva a crer que seu pai está lá. Como vai me seguir em um tour pela Europa?
- Não se preocupe com isso. Pra uma coisa ele sempre prestou. Pra pagar para mim e para a minha mãe uma pensão bem gorda.
Eles então se calaram, e viraram-se para as poltronas da frente. Sorriram para si mesmos ao mesmo tempo. E também ao mesmo tempo, sentiram a mesma coisa. Algo que não pode ser descrito em palavras.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Diário das Trevas
Escrito Por: Édiner .R. Silveira
A vida da gente na maioria das vezes é normal, escola, trabalho, amigos, casa, final de semana, sair, filmes e claro dormir, eu particularmente sempre gostei mais da noite, além de ser mais intrigante e misteriosa que o dia a noite sempre me mostrou uma das coisas mais legais que se tem para fazer! Olhar as estrelas e escutar o som do mar! Mas o que eu mais fiz a minha vida toda foi reclamar, por que reclamar? Ora obvio que graça tem a vida quando ela é sempre a mesmice, bom eu não tenho namorada então a minha vida principalmente sempre foi uma mesmice só, talvez por isso eu sempre tenha gostado mais de filmes de ficção cientifica e de terror, Matrix, Alien, Senhor dos anéis, Harry potter, quem nunca quis ir estudar na escola de magia de hogharts aquela mesma igual a do filme e a dos livros, seria algo incrível, mas logo quando agente termina de ver um desses filmes ou de ler o livro tudo volta ao normal é por isso que eu acho a vida como ela é uma completa chatice.
A vida da gente na maioria das vezes é normal, escola, trabalho, amigos, casa, final de semana, sair, filmes e claro dormir, eu particularmente sempre gostei mais da noite, além de ser mais intrigante e misteriosa que o dia a noite sempre me mostrou uma das coisas mais legais que se tem para fazer! Olhar as estrelas e escutar o som do mar! Mas o que eu mais fiz a minha vida toda foi reclamar, por que reclamar? Ora obvio que graça tem a vida quando ela é sempre a mesmice, bom eu não tenho namorada então a minha vida principalmente sempre foi uma mesmice só, talvez por isso eu sempre tenha gostado mais de filmes de ficção cientifica e de terror, Matrix, Alien, Senhor dos anéis, Harry potter, quem nunca quis ir estudar na escola de magia de hogharts aquela mesma igual a do filme e a dos livros, seria algo incrível, mas logo quando agente termina de ver um desses filmes ou de ler o livro tudo volta ao normal é por isso que eu acho a vida como ela é uma completa chatice.
Bom eu estou falando tanto, mas ainda não me apresentei meu nome é Josh eu moro com a minha mãe e meu irmão mais velho tenho 16 anos de idade estou no ensino médio tenho uma vida normal, normal até demais minha rotina sempre foi a mesma, dormir tarde acordar quase na hora do almoço ir para a escola de tarde voltar para a casa estudar depois mexer no computador ler algum livro e outras coisas desse gênero e claro antes de dormir vegetar um pouco, bom com o tempo isso enche o saco, nos finais de semana o que eu faço depende do que eu ou os meus amigos decidimos então é uma verdadeira loteria, mas nos dias de chuva o tédio quase me consome, então o melhor a fazer é dormir com o barulho da chuva, você deve estar pensando que eu sou um daqueles garotos mimados que só sabem reclamar, mas não é bem isso eu estou falando isso tudo porque muitas vezes agente reclama das coisas literalmente de barriga cheia eu sempre reclamei, mas quando a vida da gente muda nós lembramos como ela era boa e não damos valor eu não acho que a vida normal seja uma coisa chata e sem graça pelo menos não mais depois de tudo que aconteceu, quando a escuridão tomou conta do mundo e nada mais foi igual. Mas eu vou começar a contar essa história pelo começo.
Capitulo 1: coisas que não sabemos explicar.
O dia parecia normal era começo do inverno e apesar de frio o sol era muito bem vindo para aquecer as mãos e o corpo, o céu estava limpo completamente azul naquele começo de tarde, o almoço estava pronto, porém minha mãe não estava em casa, pois estava trabalhando ela é gerente de uma loja de bolsas de marca só restava eu e meu irmão mais velho, ele se chama Bob tem 18 anos de idade e está estudando para entrar em uma faculdade, durante a semana agente sempre almoça sozinhos e nos finais de semana a mãe esta com agente, eu e o meu irmão nos damos na medida do possível bem, na verdade acho que é quase raro algum caso de irmãos que vivam em completa harmonia e paz, mas eu e o Bob nos entendemos bastante. Eu almocei escovei meus dentes como de costume enfiei a mochila nas costas e fui para a escola que para minha sorte é perto da minha casa então eu não tenho que pegar ônibus nem nada do tipo além de poder sair mais tarde de casa que eu sempre chego a tempo.
Eu me despedi do meu irmão, e na verdade foi a ultima vez que eu o vi, ele estava feliz com um sorriso no rosto, no dia anterior eu tinha escutado ele no telefone falando com um amigo sobre uma garota que ele estava gostando, talvez fosse esse motivo daquele sorriso espontâneo, ele me deu um tchau incomum, aqueles de irmão que sem importam com agente, algumas horas depois provavelmente ele saiu para ir ao curso pré-vestibular e como todas as outras pessoas que eu conheço nunca mais o vi até hoje.
Muitas vezes eu me senti como se alguém estivesse me seguindo no caminho para a escola, ou me observando de algum lugar, eu não tinha uma explicação para isso, mas naquele dia de alguma forma parecia mais intenso que o comum.
Após alguns minutos de caminhada eu estava na escola, aquele trajeto era tão comum para mim que eu ia no piloto automático, se eu estivesse vendado seria capaz de chegar no mesmo tempo que com os olhos abertos, nesse percurso eu ia pensando sobre coisas simples como aquela prova super difícil que havia naquela semana, ou pior nas duas ou três provas que teria de fazer no mesmo dia, e que conseguia complicar a minha pacata vida.
A escola foi normal, algumas aulas legais, outras pareciam mais um funeral interminável em que as horas se arrastavam, na minha opinião o problema não são as matérias e sim os professores, tem os que sabem fazer os alunos se interessarem por pior que seja sua visão da matéria e outros que conseguem tornar a aula uma guerra contra o sono por mais interessante que seja. Conversei com os meus amigos normalmente e já estava imaginando o que ia fazer quando chegasse em casa como de costume.
Perto da hora de ir para casa podia-se escutar uma espécie de trovoadas que lentamente foram se tornando mais frequentes e fortes, tudo bem trovoadas não são nada de mais, significa que vai chover, mas eram trovoadas que vinham do céu completamente azul de um horizonte a outro, eu achei aquilo simplesmente legal, mas não posso negar senti um frio no estomago. Os trovões não tinham relâmpagos, nuvens e tão pouco raios e estavam vez após vez mais fortes chegando ao ponto de fazer as classes e cadeiras das salas de aula vibrarem, meu coração estava acelerado, meus colegas e a professora estavam com uma expressão de susto estampados no rosto, inquietos todos espiavam pelas janelas da sala procurando algum sinal de um temporal se aproximando no céu. Eu comecei a pensar em varias hipóteses do que poderia ser aquilo, cheguei a pensar que fossem bombas e que alguma guerra poderia ter começado, mas eram trovões esbravejando pelo céu e apavorando as pessoas, tão fortes naquele ponto que eu sentia o lanche que havia comido no recreio chacoalhar dentro do meu estômago, foi então que todos nós escutamos um grito de uma garota na entrada da escola, um grito tão forte que metade dos estudantes e professores escutaram, todos saíram das salas em direção a garota em meio aos trovões.
Eu esperei a maioria dos meus colegas saírem da sala e então fui até onde estava a garota, havia algumas pessoas paradas olhando pra o céu na direção do horizonte com as bocas abertas e outras aos gritos correndo pegando seus pertences e correndo, eu parei no pátio e olhei na direção em que todos estavam olhando, uma nuvem massa negra e densa vinha tomando a cidade lentamente, do asfalto até o céu a perder de vista, aquela nuvem completamente negra tomava a cidade, ao longe dava para escutar mais gritos barulhos de sirenes, um frio me percorreu a espinha meu coração acelerou a primeira coisa que me veio à cabeça foi correr para casa, fui até a sala peguei minha mochila e sai em disparada em direção a minha casa, no caminho havia caros em alta velocidade ignorando sinais de transito, ônibus batidos contra postes, carros capotados e pessoas correndo, a nuvem negra vinha engolindo tudo ao seu caminho mergulhando a cidade completamente nas trevas, eu estava correndo o máximo que podia a nuvem negra estava apenas uns dez metros de distância quando cheguei na porta de casa, não tinha ninguém então tive que procurar as chaves no bolso da calça, a nuvem vinha cobrindo absolutamente tudo quando alcançou a minha rua um carro desgovernado perdeu completamente o controle e capotou fazendo chover faíscas pelo asfalto. A nuvem estava a apenas 3 metros era impossível enxergar para dentro dela e eu não achava a droga da chave, uma mulher vinha correndo quando foi engolida pela escuridão e em seguida começou a gritar, gritos de terror como se a pior coisa do mundo lhe houvesse acontecido, eu não achava as minha chaves, sentia que iria morrer a qualquer momento.
Próximo Cápitulo dia 17/06/11
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