quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 15

Aqui está finalmente o capítulo final da história. No fim do capítulo há um vídeo que completa a história, então se preferir deixe o vídeo carregando enquanto lê o capítulo final, para quando chegar lá possa acompanhar sem enterrupções. Obrigado à todos.

Capítulo 15: O fim não está próximo, está aqui!
Eu havia perdido a minha esperança naquele momento, a única coisa que havia me restado eram as lágrimas e uma enorme angustia no peito. Uma imensa solidão, um nó intransponível na garganta. A única coisa que eu desejava era poder abraçar mais uma vez todas as pessoas que eu amo.
- Então todas essas coisas aconteceram são porque o mundo estava perdido? – Perguntei ainda fragilizado.
- Sim os próprios sentimentos humanos varreram suas ações e muitas vidas deste mundo.
- Então o que vai acontecer daqui pra frente?
- Espero que vocês humanos evoluam daqui para frente, o mundo que você conhece não existirá mais, uma nova forma de viver brotará em seus corações, eu pelo menos acredito nisso.
- E todas as pessoas que morreram inocentemente? – Perguntei com as lágrimas rolando pelo meu rosto.
- Como eu falei antes, tudo que existe nesse universo é regido pelo tempo, o tempo atribui o sentido em todas as coisas que são finitas e imperfeitas, as pessoas tem o seu devido tempo nesse mundo e depois partem, algumas retornam para tocar com seus corações outras vidas e evoluírem. A sua mãe é um desses casos, ela sempre te amou Josh até mesmo em seu últimos momentos de vida.
De alguma forma inexplicável as palavras dele trouxeram paz ao meu coração que ainda estava vivo, mesmo não o sentindo dentro do meu peito. A sala foi lentamente ficando clara, o ser levantou da cadeira, eu me levantei também.
- Vá ao encontro das pessoas que te amam Josh, seu irmão está vivo com a namorada escondido em uma lanchonete no shopping, seu pai e a garota que você ama estão naquele moinho onde você os deixou e estão bem, e antes que você me pergunte o porquê daquela única estrela que está no céu, é porque tem de haver pelo uma estrela no céu para testemunhar o quanto de esperança e linda a vida pode ser para contar isso para todo o universo.
Eu pisquei os olhos, naquele milésimo de segundo ao abri-los novamente, não estava mais naquela sala, estava na entrada do prédio ainda com o rosto molhado por lágrimas. Aquilo fora real? Eu sentia que sim, não é por que nossa mente não compreenda ou nossos olhos não consigam enxergar que algo não vá existir. Você consegue ver o amor? Não e nem por isso não quer dizer que não exista.
Existem coisas na nossa vida que somente o nosso coração, nossas emoções conseguem compreender e alcançar... A vida é muito mais que o cotidiano que você vive, faça a vida valer à pena. Eu sai daquele prédio e fui até o meio da rua, tudo continuava escuro e tenebroso, mas curiosamente os berros dos monstros que na verdade eram pessoas com todo as mágoas e sentimentos negativos colocados para fora pararam.
Entrei no carro e segui a procura do meu irmão e o achei na lanchonete com a sua namorada, ao vê-lo minhas esperanças retornaram, porém eu não sabia se deveria dizer que a nossa mãe estava morta, quando eu me lembrava dela, uma imensa tristeza percorria pelo meu coração, me lembrava dela chegando cansada do trabalho em casa, e mesmo assim com um sorriso e um abraço carinhoso...
Conversei muito com meu irmão, e ele me falou algo que me tocou profundamente “Eu sempre acreditei que você iria aparecer por aquela porta” Entramos no carro foi quando ele me perguntou sobre a nossa mãe, eu não sabia o que responder, resolvi contar a verdade, e depois de muito explicar meu irmão ficou em silêncio com a cabeça baixa claramente emocionado. Nenhuma palavra mais foi dita, um silêncio enorme acampou dentro do carro...
Continuei dirigindo, eu entendia o motivo do silêncio do meu irmão, ele estava tentando aceitar tudo aquilo ao mesmo tempo que eu tentava diminuir o remorso dentro do meu peito, foi quando eu vi um vulto andando pela rua que parecia claramente a minha mãe, aquele vulto saiu correndo para um beco quase perto da saída da cidade, mas não havia como chegar de carro lá.
- Você pode dirigir o carro? Eu vou descer. –Disse ao meu irmão que pareceu não compreender o que eu havia falado.
- Mas por quê? – Perguntou ele confuso.
- Eu tenho que resolver uma coisa antes de ir com vocês. – Disse eu confiante. – É só seguir a estrada até chegar a um moinho velho, diga para o velho que se chama Boris que você é meu irmão.
- Você está louco? Eu não vou deixar você sair assim! Eu sou o seu irmão mais velho.
Eu sorri para ele, com alegria, aquele gesto pareceu penetrar em seu coração, e ele ficou em silêncio. – Josh eu sempre acreditei em você, por favor, volte!
- Eu vou voltar! – Disse eu com convicção e em seguida virei e fui atrás do vulto que achava ser a minha mãe. Na verdade eu não falei para o meu irmão porque eu não tinha certeza absoluta, e porque ela supostamente estava...
Acho que uma das melhores sensações da vida e ter a confiança dos nossos amigos, nossos familiares, em geral de todas as pessoas que nos amam, isso nos da uma espécie de força, uma motivação para ser cada vez melhores como pessoas, nos da força para enfrentar os piores problemas que apareçam, pois as pessoas acreditam em nós.
Depois de atravessar o beco cheguei em uma praça circular com alguns bancos, e lá estava sentada aquela pessoa, mas não parecia ser um daqueles monstros, definitivamente era uma pessoa, mas quem era?
Me aproximei lentamente, porém alguma coisa dentro do meu peito dizia que a minha mãe, finalmente cheguei até o banco e me sentei, a pessoa virou o rosto lentamente na minha direção, mas aquela altura eu já tinha certeza...
Era minha mãe, ela estava com um grande sorriso no rosto demonstrando felicidade, ela tocou os meus cabelos e eu não pude me segurar e a abracei em meio as lágrimas com toda a saudade que estava sentindo, ela retribuiu o abraço, era exatamente o abraço da minha mãe, era a minha mãe. Ela em seguida enxugou minhas lágrimas e começou a falar.
- Filho, não se preocupe, eu estou bem, eu quero que você saiba que eu amo muito você e o seu irmão, e quero que vocês estejam sempre juntos um do outro se apoiando e amando o seu pai. Ame o Maximo que você puder Josh, sempre a cada instante da sua vida, o mais verdadeiramente que puder, abrace o mais forte que puder meu pequeno, sorria o mais intensamente que puder, chore sempre que você sentir felicidade, eu vou estar sempre vivendo em suas lembranças e no seu coração meu filho amado, sempre perto de você. – Disse ela em meio á lagrimas que brilhavam intensamente. – E saiba que eu sempre te amei, eu sempre te desejei na minha vida, não via a hora de você nascer para te abraçar com todo o meu amor e poder ver os seus olhinhos.
Ela se levantou e foi caminhando e lentamente até ir desaparecendo pouco a pouco, eu entrei em desespero e sai correndo cheio de lágrimas, eu queria abraçá-la, passar mais tempo com ela, conversar sobre a escola sobre as coisas que eu e ela gostávamos, poder rir ao lado dela mais uma vez.
- MÃE... MÃE!!! Eu te amo MUITO!!! – Disse eu em meio a soluços e lágrimas enquanto via ela sumir lentamente com um sorriso no rosto, um sorriso que eu pensei que nunca mais veria novamente... Até que...

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