sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 11

Está aqui o capítulo 11, estamos chegando cada vez mais perto do fim da história. Esse capítulo particurlamente foi o maior de todos, mas eu senti que deveria detalhar mais alguma passagens da história devido ao ritimo que ela estava tendo e também por estar bem próximo ao fim. Bom é isso espero que gostem e até o capítulo 12 na semana que vem.
Capítulo 11: O que está por dentro foi colocado para fora.
Meu pescoço estava vermelho com alguns arranhões devido à força daquele ser que havia tentado me estrangular. O céu continuava vermelho no centro seguido de relâmpagos de mesma cor. Eu me sentia mais maduro de alguma forma, me sentia mais capaz.
Peguei meu pai que estava inconsciente e o carreguei até o carro onde o acomodei no banco do passageiro. Ajeitei-me e dei partida no carro, dentro do porta luva havia uma caixa com balas para o 38, só havia restado uma no tambor da arma então resolvi recarregar caso algum imprevisto acontecesse.
Eu não sabia para onde ir e não era o melhor dos motoristas, estava com algumas dúvidas em minha cabeça. Mas o que eu mais temia era que aparecessem mais daqueles seres, então resolvi ir para mais longe do centro da cidade. Enquanto dirigia notei que pelas ruas e calçadas haviam mais corpos de pessoas por todos os lados com o mesmo aspecto que eu havia visto antes, com manchas escuras e rosas negras que brotavam de seus peitos na altura do coração como se estivessem enraizadas lá mesmo. Resolvi então estacionar o carro em uma rua que estava praticamente vazia e silenciosa.
O meu celular estava com pouca bateria, foi então que repentinamente me lembrei da mensagem que havia recebido mais cedo. Sem hesitar abri ela e li novamente:
Pense coisas boas, ñ ha como salvar as pessoas que vc ama, somente o coração de cada uma pode salva-las do perigo que esta mais próximo do que cada um de nós imagina, evite sentimentos como ódio e raiva e talvez tudo ficará bem...Foi isso que escapou do diário. Até mais. P.S Não ligue as luzes e em momentos de desespero olhe para o alto ^^                         REMETENTE: Desconhecido
Aquelas palavras pareciam fazer sentido de alguma maneira, mas quem poderia ter me mandado aquela mensagem? Eu estava intrigado e ao mesmo tempo perdido, pois não sabia o que fazer. Fui até o banco de trás ver como Jayne estava, sentei ao lado dela e fiquei a observando por algum tempo quando algo peculiar me chamou a atenção. Uma mancha escura percorria todo o seu ante-braço, aquilo me gelou os ossos e alma. Era a mesma mancha que estava tomando as pessoas atiradas pela ruas. Virei seu corpo, pois ela estava de bruços e em seu peito uma rosa negra pequena crescia a passos rápidos pelo jeito.
Parecia mentira, não podia ser verdade, quando meu pai havia colocado ela dentro do carro não havia nada daquilo. Tudo se mostrava como um grande pesadelo, eu sinceramente mais do que nunca tinha vontade de acordar e ter certeza que tudo aquilo não passava de um sonho. Queria poder fechar os olhos e esquecer o mundo e todos os meus problemas e medos.
Algumas lágrimas encheram os meus olhos e rolaram sem destino pelo meu rosto, eu sentia vontade de desistir, mas ainda tinha que encontrar minha mãe e meu irmão. Olhei a mensagem no celular novamente e prestei atenção nas ultimas palavras que diziam para olhar para o alto.
Tomando muito cuidado para não fazer barulho sai do carro e fiquei algum tempo olhando para os prédios para ver se encontrava alguém ou algum sinal, provavelmente quem mandou aquela mensagem estava pensando nisso. Porém eu não achava nada, foi então que algo peculiar me chamou a atenção. Enquanto olhava para o céu em meio aquela escuridão que depois dos relâmpagos havia se tornado menos densa, notei uma única e solitária estrela no céu. Na verdade o céu estava todo coberto por nuvens e aquela massa escura, porém existia um circulo exato no céu que mostrava além das nuvens permitindo ver aquela única estrela.
Uma estrela ao sul da cidade, fiquei algum tempo pensativo avaliando tudo que já tinha acontecido e que poderia acontecer, decidi então eu não tinha nada a perder, resolvi entrar no carro e seguir na direção daquela estrela, talvez eu encontrasse algo. Meu pai continuava desacordado, ele não estava ferido, tinha apenas alguns arranhões nos braços, mas nada de grave.
Dei a partida no carro e fui dirigindo com cautela sempre na direção da estrela, cuidando se nenhum monstro daqueles iria pular em minha direção de algum beco escuro e me surpreender. Pelas ruas haviam mais pessoas no mesmo estado de antes e agora Jayne estava assim também. Eu queria poder ajudar ela de alguma forma, mas a minha única esperança naquele momento era encontrar quem havia mandado a mensagem.
As luzes do farol estavam baixas, já que eu não pretendia chamar a atenção de nada e ninguém, talvez por esse motivo a mensagem dissesse para não acender as luzes, pois pelo que eu havia notado ao mesmo tempo em que as luzes incomodavam esses seres chamava muito a atenção aos que estavam mais longe, era como uma faca de dois gumes.
Como se fosse o som de uma bomba dentro de uma silenciosa igreja escutei um grito agonizante que parecia vir de algumas quadras perto de onde eu estava. Era o grito de uma pessoa se afogando no desespero, em seguida escutei os berros aterrorizantes daqueles monstros, e pelos sons pareciam ser vários.
Eu continuei dirigindo com extrema cautela tentando ao máximo evitar chamar a atenção. Repentinamente o carro parou de funcionar com desligamento súbito do motor. Eu instantaneamente parei junto com o motor do carro. Eu estava dentro de um carro com o meu pai inconsciente e a garota que eu amo no meio de uma rua que parecia ter sido virada de cabeça para baixo tamanha era a sujeira e a bagunça. Ao fundo eu escutava rosnados quase que demoníacos misturados a gritos de pessoas. – O que eu faço agora? – Perguntei para mim mesmo com o nervosismo que começava a aflorar em minha pele.
Podia-se escutar claramente o som do vento serpenteando envolta aos carros abandonados e prédios daquela rua, aquele vento quase que conseguia conversar com quem estivesse ali em meios a sopros que mais pareciam susuros de advertência. Eu não podia perder tempo então abri a porta do carro cuidadosamente e sai para verificar o motor. Era difícil de enxergar então decidi usar a luz do celular que não era muito chamativa. Eu nunca entendi nada de mecânica, acho na verdade que só estava ali na frente daquele motor por desencargo de consciência mesmo. Dei algumas olhadas, mas parecia inútil, passando a luz mais para a lateral notei que alguma coisa estava solta. Iluminei o local e vi que era o conector da bateria que havia escapado.
Subitamente escutei um berro macabro que vinha do final da rua. Era um daqueles monstros que havia me visto, e eu com toda a minha inteligência havia deixado a arma dentro do carro. Rapidamente comecei a tentar conectar o cabo à bateria, porém sem sucesso. O monstro vinha correndo com toda sua velocidade e destreza. Com golpe de sorte consegui conectar o cabo quando faltava uns 15 metros para ele me alcançar.
Entrei no carro dei a partida e acelerei o Maximo que pude, porém o monstro não desistiu facilmente e continuou correndo atrás do carro por um tempo, até que quando eu estava pensando que esses monstros eram incansáveis o bicho ficou para trás fatigado.
Continuei dirigindo para o sul seguindo a posição daquela estrela no céu.A estrada pela qual eu estava dirigindo já havia saído da cidade, logo podia-se ver a mesma ao longe. Em volta só podia se ver campo e fazendas até que uma coisa me chamou a atenção. Havia uma espécie de moinho com um letreiro escrito. “se você olhou para o alto aqui é o seu destino”
Entrei na estrada de chão batido e estacionei na frente daquela construção que parecia um moinho. As portas do local se abriram e um homem saiu lá de dentro. Ele veio até a janela do carro e olhou por algum tempo para os meus olhos. Era um velho de cabelos brancos e bigode que de alguma forma me lembrava o Albert Einstein.
Ele me convidou a entrar, eu sem pensar duas vezes aceitei o convite e carreguei Jayne para dentro do lugar enquanto ele carregava meu pai. O local era de formato redondo iluminado à velas, haviam mesas com várias parafernálias, desde rádios até notebooks, havia também uma escada na lateral que levava aos outros andares daquela torre.
Quando larguei Jayne em um soma perto de uma das mesas o velho homem pareceu perplexo ao ver as manchas e a rosa que saia do seu peito e parecia estar maior do que antes. Ele largou meu pai em um colchão de solteiro que estava no chão e veio em minha direção claramente desesperado.
- Por que você trouxe ela junto? – Perguntou ele nervoso.
- Ela é uma amiga, eu a salvei daqueles seres, não podia deixar ela lá!
- Isso... Isso não pode ficar assim, vamos ter que abandonar ela ou matar.
- Mas por que isso? Ela não é um animal é um ser humano! – Respondi eu claramente ressentido.
- Ela vai acabar virando  um monstro daqueles! Aqueles monstros que você viu lá fora são pessoas e as pessoas que você viu com manchas e rosas negras vão virar aqueles monstros! – Disso o velho parecendo emocionado com alguma lembrança pessoal.
- Mas como?
- Alguma coisa escapou do diário e fez com que tudo que existe de ruim dentro da natureza e do coração dos seres humanos fosse colocado para fora. - Disse o velho atormentado.
Aquelas palavras repentinas do velho pareciam confusas para mim, porém me atingiram como um raio me deixando sem palavras... O que afinal estava acontecendo com o mundo?
Se o destino existe eu acho que não valha apena lutar pelo que sonhamos e acreditamos.
Se o destino existe talvez seja inútil amar, sentir, experimentar, viver e até respirar.
Talvez se o destino exista seja mais fácil simplesmente desistir de viver e deixar acontecer...
Eu acredito que...
CONTINUA...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 10

Depois de uma semana sem capítulo está aqui o capítulo 10, nesse capítulo a hístoria começa a caminhar para o fim e consequentemente responder todas as perguntas e mistérios que a história vem mostrando. Sexta-feira dia 26/08/2011 vou postar o capítulo 11 e nesse haverá algumas surpresas. Até lá espero que curtam o capítulo 10.
Abraços.
Capítulo 10: O fim está próximo...
Por um golpe de sorte eu abri o porta-luvas do carro em meio ao desespero. Foi então que para minha surpresa havia uma coisa que poderia salvar a vida do meu pai dentro daquele porta-luvas.
Eu não tinha certeza se sabia usar aquilo, mas o tempo se esvaia por entre os meus dedos, era uma arma, um 38 para ser mais especifico. Estava carregado com as seis balas, de fato era suficiente mesmo que eu errasse um ou dois tiros.
Eu apontei a arma bem na cabeça do ser que berrava na porta do carro e sem hesitar engatilhei e disparei. O tiro foi certeiro fazendo-o cair no chão, rapidamente pulei para o banco do motorista e dei a partida no carro, quem disse que vídeo-game não é útil? Acelerei cantando o pneu e fui em direção a onde estava o meu pai.
Ouvi um barulho seguido de um estrondo em cima do carro, com certeza era algum daqueles seres que havia pulado sobre o carro. Freei o carro ao lado de onde estava meu pai, fiquei alguns segundos tomando coragem para sair do mesmo e enfrentar tudo aquilo. Olhei para Jayne ela estava desacordada com seu rosto delicado sobre o banco.
Abri a porta e posicionei a lanterna abaixo da arma para apontar junto com a arma e atrapalhar aqueles seres, respirei fundo e sai... É impressionante como em situações de desespero nós seres humanos buscamos forças que pensávamos não ter para enfrentar nossos medos e problemas. Essa força brota principalmente por termos alguém para proteger e nos apoiar nas horas mais difíceis, quantas vezes eu escutei histórias de pessoas que haviam superado seus próprios limites para proteger alguém que amavam muito, eu estava experimentando aquela sensação, era com se não houvesse barreiras intransponíveis para mim naquele momento.
Eu sai, e como se fosse câmera lenta enxergava aqueles três seres restantes olhando para mim com todo o ódio possível, eles berravam a plenos pulmões, porém eu não os podia escutar. Dois estavam nas laterais do carro e o outro em cima do mesmo. Eu apontei a arma para o que estava em cima do carro e disparei. Parecia que cada segundo havia se tornado cinco e eu pude ver lentamente seu corpo ser atingido pela bala e cair rolando pela lateral já sem vida.
Sem pensar duas vezes apontei a arma para outro ser e disparei derrubando aquele monstro cheio de ódio no chão, porém minha sorte havia se esgotado e o ultimo que sobrara já estava pulando na minha direção. Com uma agilidade absurda ele me agarrou pelo pescoço e começou a me estrangular, tudo foi ficando lentamente escuro.
Você acredita em destino? Ou tudo não passa de probabilidades aceitáveis em um mundo de possibilidades? Você é dono da sua vida, ou tudo já esta escrito em algum fragmento de estrela que brilha por você na imensidão do céu?
A sua felicidade.
A sua desgraça.
Um sorriso um choro, uma alegria e uma decepção.
Tudo já foi escrito, ou você simplesmente é a própria causa da sua vida, você é seus próprios méritos?
Vocês são as suas próprias oportunidades de vida que se alimentam da esperança e da curiosidade que é a vida?
Você é dono de seus próprios sonhos, da sua própria liberdade, dos seus próprios sentimentos?
Eu acredito que...
Enquanto tudo ia ficando escuro eu observei o olhar daquele ser e de fato ele era diferente daqueles que eu havia encontrado no meu quarto. Esses que eu estava enfrentando agora tinham rosto e expressões, os que estavam no meu quarto tinham  rostos iguais há humanos porem acinzentados sem expressões e olhos, eram diferentes.
Enquanto eu observava o olhar daquele monstro eu pude penetrar em suas lembranças de forma semelhante ao que havia acontecido comigo anteriormente. Eu vi um homem brigando com a filha por algum motivo e em seguida brigando com a mulher. Quando olhei novamente para os olhos daquele monstro por um momento pensei ter visto lágrimas, mas quando pisquei notei que era minha imaginação.
Eu já estava sem forças estava à beira da morte, então juntei o resto das minhas energias e dei um tiro cego que acertou as costelas daquele ser, que caiu no chão aos berros, um remorso me invadiu o coração, sem opções dei um tiro para acabar com o sofrimento daquele ser.
Eu estava começando a entender uma parte de tudo aquilo que havia acontecido, faltavam algumas respostas, porém tudo estava começando a ficar claro mostrando uma fagulha de esperança que talvez pudesse iluminar toda aquela escuridão...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quem Te Traz as Cores - Capítulo 7.2

Alexandre Barbosa da Silva

Capítulo 7: Inglaterra (Parte 2)




Depois de jantarem em um restaurante não muito distante do hotel, resolveram ir a um pub, aproveitando o clima Rock and Roll da cidade. Era um local comprido, porém estreito, com um palco ao fundo e mesas de madeira envernizada, combinando com o aspecto rústico e aconchegante das paredes e do bar.

Sentaram-se em uma mesa distante do palco, para que a música ao vivo não chegasse a impedir uma conversa.

- E então, por que não respondeu a minha mensagem? – perguntou Douglas quando chegou com as bebidas que haviam pedido.

- Ah, por que meu celular quebrou – respondeu ela – deixei cair da sacada, agora estou com um novo.

- Então foi por isso... depois tem que me passar o número do novo.

- Aham, você também tem que me passar novamente, não tenho mais o seu.

- Ok, sem problemas – disse Douglas tomando um gole da bebida e fazendo uma careta – então, me conta, como foram as coisas com o seu pai?

- Estranhas no começo... – começou ela arrumando o cabelo – sabe como é, nós não tínhamos, e não temos ainda, muita intimidade. Mas começamos a nos conhecer um pouco melhor, passeamos juntos e tal, colocamos o papo quase em dia. Ele me contou que mandava cartas pra minha mãe. Que depois de uns anos havia se arrependido de ter perdido o contato comigo, e tentou voltar atrás, mas minha mãe não queria mais saber, embora mandasse notícias minhas para ele sempre. Eu a entendo sabe? Porque ela não deixou ele se reaproximar... quer dizer, como ela saberia que ele não faria isso de novo? Se ele tivesse feito teria sido ainda pior.

- Mas no geral foi tudo bem? – Douglas sentia que daqui a pouco estaria na fase da bebida onde começaria a falar demais – Você disse que passearam, chegou a conhecer algum lugar legal?

- Ah, não fomos a nenhum lugar turístico ou marcante assim. Nós saíamos pra jantar, e ele me levou pra patinar no gelo... ele disse que a minha mãe contava pra ele dos torneios que eu participava e que sempre quis ver.

- Sério? Você patina no gelo mesmo, como essas profissionais das olimpíadas de inverno?

Gabrielle riu.

- Não como elas – e riu novamente – mas eu treino bastante.

- Que legal, nossa. Nunca tinha conhecido ninguém que fizesse isso. E você gosta?

- Se eu gosto? – Douglas podia jurar que tinha visto os olhos dela brilharem – Pra mim, patinar é o mais próximo que o ser humano pode chegar de voar. É uma sensação incrível, sério – e então ela deu um último gole na sua bebida, pedindo outra logo após.

Continuaram conversando por mais algum tempo, até que o cansaço da viajem os abateu, e retornaram ao hotel para dormir. Como ela ganhara no par ou ímpar, ficara com a cama. “Você roubou!” ele disse. “Como poderia?” ela respondeu com um sorriso.




Ao todo passaram quatro dias na Inglaterra, conhecendo pontos turísticos como o Palácio de Bucknghan, o Parlamento, o Big Ben e lugares famosos devido aos Beatles terem tocado lá o passado. Em um desses passeios, Douglas avistara ao longe um lugar que pensou ser perfeito para ir com Gabrielle na noite que antecedia a partida deles para a França.

“Eu tenho um plano para esta noite. Eu vi um lugar que acho que você vai gostar.” Foi o que ele disse para ela.

“Onde?” ela perguntou curiosa.

Ele não respondeu.

- Agora você vai ter que colocar isto na frente dos olhos – disse ele ao chegarem a uma esquina, segurava um paninho preto para servir de venda.

Ela o olhou com uma expressão desconfiada.

- Tudo bem – ela disse meio que a contragosto, depois colocou o paninho ao redor da cabeça e Douglas deu um nó.

Ele a conduziu virando a esquina e por mais uns 100 metros até uma construção grande, parecida com um ginásio. Quando entraram sentiram a temperatura diminuir. O coração de Gabrielle acelerou. Quantas vezes já não havia tido essa sensação? Sabia exatamente onde estava, mesmo não sabendo ONDE exatamente estava. Adorou a surpresa antes mesmo de abrir os olhos. Gostava mais de Douglas agora do que antes. Na verdade não era o fato de gostar mais... era o GOSTAR que havia mudado...

- Pode abrir – ele disse soltando o nó que havia feito.

Ela abriu os olhos e viu aquilo que já sabia, a pista de patinação. Ouviu o som que tanto gostava... do atrito entre o gelo e a base metálica dos patins das pessoas que estavam lá. Olhou para Douglas e abriu um largo sorriso, ainda mais desconcertante do que o que ela havia lançado para Roberto para pedir-lhe um favor no avião para a Itália.

Ele retribuiu, a pegou pelo braço e se dirigiu até o local onde pegariam os patins.

- Você também vem né? – perguntou ela.

- Ah não, nunca fiz isso, vou passar vergonha na frente de todo mundo. Nem pensar.

- Ah, vamos. Tudo tem uma primeira vez. Vai deixar a oportunidade passar? – então ela lhe lançou um olhar que fez com que nos próximos minutos os dois estivessem devidamente calçados e prontos para patinar.

- Tá, eu vou, mas quero que você vá primeiro – falou Douglas com as pernas tremendo, segurando-se no muro de proteção – eu quero ver o que você sabe fazer.

Ela já o havia convencido a entrar, então aceitou esta condição. Além disso, estava ansiosa para um “vôo solo”.

Douglas sentou-se em um banquinho no canto da pista, enquanto Gabrielle deslizava para uma área menos ocupada. O que ocorreu a partir disto, teve dois pontos de vista (principalmente).

Douglas sentado no banco observou-a “flutuar” como se os patins fossem partes do seu corpo. Ela foi até um canto, colocou as mãos na parede e depois se lançou a pista. No começo com movimentos simples, a expressão séria. Aos poucos porém, ela começou a realizar movimentos com as mãos como se estivesse dançando balé, um pequeno giro no mesmo lugar... Um salto e uma pirueta, pá! O som de quando os patins dela bateram no chão congelado chamou a atenção dos outros. Douglas estava hipnotizado. As pessoas abriram espaço na pista apenas para vê-la percorrer toda a sua extensão em poucos segundos. Agora a sua expressão mudara. Douglas viu em seu rosto a pura alegria, e apesar disso, seus movimentos eram perfeitos, enérgicos e cada vez mais complicados. Até que por fim, ela começou em um rodopio no mesmo lugar e cada vez mais rápido. Quando ela parou ofegante em uma pose elegante, com o sorriso mais lindo e sincero que Douglas já vira, as poucas pessoas que não estavam perplexas demais, aplaudiram. E então Douglas percebeu duas coisas. Uma: Os olhos dela estavam brilhando com as lágrimas que não paravam de sair e descer pelo seu rosto. E dois: Era absolutamente impossível não admirá-la e a sua paixão. No caso de Douglas, era impossível que não começasse a se apaixonar por ela nesse instante.




Era sempre assim. Quando ela se lançava a pista, a primeira preocupação era executar os movimentos mais simples, sentir que todas as partes do corpo estavam obedecendo como se deve. Ajustar-se ao vôo, até que não precisasse mais do controle... Aos poucos, a adrenalina a deixava acelerada e todos os seus movimentos aconteciam automaticamente, como uma sinergia entre todos os sentidos, deixando-a livre para aproveitar o passeio. Nesse ponto, exatamente nesse momento, ela começava a voar... O ar gelado e delicioso passava ligeiro tocando o seu rosto. Não existia nada a sua volta que a parasse. Não via ninguém. A única coisa que via eram os borrões das cores que passavam rápidas pela sua retina, quase como que formando um quadro surrealista. As lágrimas sempre vinham também, eram impossíveis de controlar. Quando parava, e involuntariamente suas mão se erguiam e suas pernas repousavam em posições angulosas, todo o mundo voltava ao foco. Ela simplesmente desejava jogar-se no chão ali mesmo, mas nunca se jogava.





As pessoas voltaram a seus passeios, e ela ainda estava parada no meio da pista quando Douglas veio desengonçado, proferindo frases onde ela só entendia “...foi incrível...” e “...sério...”. Ela sempre fora um ser impulsivo, mas nunca havia feito o que ela tinha certeza que estava prestes a fazer.

Quando ele se aproximou ainda balbuciando algumas palavras ela o abraçou. Depois afastou-se um pouco dele e colocou as mãos atrás do seu pescoço. Pela expressão dele (que agora calara a boca), ele não entendia o que estava acontecendo ou não acreditava. Os olhos marejados de lágrimas de Gabrielle fixaram-se nos de Douglas, que finalmente entendeu o que se passava. Lentamente ela aproximou os lábios dos dele, que retribuiu fechando os olhos.

Ah, com certeza era impulsiva, ela pensou.

E como ele desejava aquilo.

O beijo em si durou poucos segundos, e então ele deu a ela o que ela desejava.

Com o beijo, Douglas perdeu a concentração na coisa que até aquele momento era a mais importante: Manter-se em pé. Um dos pés dele escorregou, o que acabou levando o outro pelo mesmo caminho. Como ela agora estava com os braços entrelaçados atrás do pescoço dele, caiu junto no chão gelado.

Por um instante Douglas sentiu dor no local onde batera a cabeça. Ela não, afinal, havia caído primeiro em cima dele.

Ficaram se olhando por uns segundos.

- Ai – ele disse.

E caíram na gargalhada, até começar a doer, deitados ali no chão frio com as pessoas passando na volta. Depois pararam um pouco para recuperar o fôlego, e riram mais. Igual a dois malucos.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 9

Capítulo 9: Mergulhando na escuridão.
Eu queria tanto poder levantar da minha cama e descobrir que tudo que havia acontecido não passava de um sonho. Seria com certeza uma sensação agradável, porém não era mais do que um desejo meu.
No meu desespero e na falta de tempo a única coisa que me ocorreu foi gritar para o meu pai salvar Jayne, a garota que eu amo e que por algum motivo estava correndo desesperadamente, tentando fugir daqueles seres que brotavam da escuridão. Eu não sabia se o meu pai seria capaz de parar o carro a tempo ou fazer alguma manobra devido a velocidade que o carro estava.
Notei então que ele já tinha visto a garota e pelo seu olhar ele tinha algum plano maquinando dentro de sua cabeça. Ele repentinamente virou o volante do carro para a direita passando por cima da calçada, a alguns metros dali naquela mesma calçada Jayne corria aos tropeços quase se entregando a exaustão.
- Pegue essa lanterna aponde para as suas costas e ligue quando eu disser. – Disse meu pai tentando manter o controle da situação.
Eu concordei com a cabeça, em seguida olhei para trás, os seres encapuzados continuavam ao nosso encalço freneticamente sem dar trégua. Eu estava com o coração a mil, segurava a lanterna firmemente em minhas mãos determinado a superar tudo aquilo.
Meu pai acelerava cada vez mais até que finalmente havia alcançado os seres encapuzados que perseguiam Jayne. Com muita precisão ele jogou o carro por cima daqueles seres os atropelando. Eu pude ver como se fosse em câmera lenta seus corpos rolando por cima do capo do carro e em seguida serem jogados com brutalidade no meio da rua.
- Agora! Ligue a lanterna. – Gritou meu pai.
Eu me virei imediatamente e liguei a lanterna na direção dos seres encapuzados que nos perseguiam. A luz era extremamente forte e ofuscante fazendo-os parar no mesmo instante. Meu pai não perdeu tempo e saiu do carro para ajudar Jayne que estava caída no chão vencida pela exaustão.
O céu continuava avermelhado no centro seguido de relâmpagos  de mesma cor, parecia um cenário apocalíptico o vento ainda soprava, porem com menos força.
- Continue apontando a luz na direção deles! – Gritou meu pai enquanto pegava Jayne no colo e voltava para o carro.
Os seres encapuzados estavam agonizando perante aquela luz, eles tentavam defender seus rostos com as mãos estendidas sobre os mesmos. Em alguns momentos eles davam passos para os lados meio que desnorteados, porém eu os seguia com a luz intensa da lanterna. A luz era tão forte que até eu me sentia incomodado, tamanha era sua intensidade. Meu pai entrou no carro em seguida e colocou Jayne cuidadosamente no banco de trás, eu continuava dando cobertura determinado em atrapalhar aqueles seres.
Meu pai se ajeitou no banco, colocou a mão sobre a alavanca de marchas do carro engatando a primeira e finalmente puxou a porta para fechá-la e finalmente seguirmos em frente. Foi nesse momento em que a porta vinha para se fechar que um ser surgiu na porta do carro e agarrou o braço do meu pai.
Era um dos seres que meu pai havia atropelado, porém este estava sem capuz, diferente dos outros tinha olhos avermelhados cor de sangue seu nariz era parecido com o de um focinho de cachorro e seus dentes pareciam cerras pontiagudas. Ele olhou para o meu pai e soltou um berro rouco e apavorante em seguida o puxou e o arremessou para fora do carro com uma força extraordinária.
Seu corpo rolou pelo asfalto como se fosse um boneco de pano sem vida. Eu imediatamente apontei a luz da lanterna na direção daquele monstro bizarro, porém aquilo era um problema, pois os dois seres encapuzados que eu estava detendo agora estavam livres. A situação estava ficando a cada segundo que passava mais sufocante.
Seria burrice se eu sair do carro com a lanterna para ir ajudar o meu pai pensei comigo mesmo, pois os seres iriam invadir o carro e pegar Jayne, eu não tinha o tempo como meu aliado, em alguns instantes aqueles outros seres iriam para cima do meu pai, eu tinha que fazer alguma coisa. Por um golpe de sorte eu abri o porta-luvas do carro com uma mão enquanto segurava a lanterna que matinha o ser ocupado com a luz. Foi então que para minha surpresa havia uma coisa que poderia salvar a vida do meu pai dentro daquele porta-luvas.


Aviso: Semana que vem talvez não haja capítulo, pois como tenho alguns trabalhos da faculdade e outras tarefas não me sobre tempo para escrever para o blog.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 8

Capítulo 8: Um mundo com sede de esperança e fé.
Arrumei minhas coisas peguei algumas roupas e entrei no carro do meu pai, era um carro popular normal, ele estava sentado com as mão no volante de forma impaciente. Quando fechei a porta do carro e respirei fundo minha calma foi esmagada, meu pai deu a partida no carro e os faróis acenderam uma coisa assustadora se revelou, uma coisa que eu jamais havia imaginado que poderia ter acontecido...
Havia milhares de pessoas jogadas por todos os lugares, seus corpos tinham manchas escuras como se fosse hematomas, em outras partes do corpo havia esses mesmos sinais escuros, porém se alastravam como se fossem veias se concentrando nas manchas maiores. Mas o que mais me chamou a atenção foi que exatamente em cima do peito onde correspondia o local do coração havia rosas negras com um núcleo vermelho. Definitivamente aquelas rosas negras eram feitas da mesma mancha e veias negras que jaziam nos corpos das pessoas.
- Pai você já tinha visto isso?
Meu pai me olhou com um tom entristecido e respondeu minha pergunta balançando afirmativamente a cabeça enquanto puxava o freio de mão e acelerava o carro em direção à estrada. Cada vez mais sentia que tudo aquilo parecia um pesadelo, pela primeira vez estava sentindo o medo e o desespero me tomarem conta lentamente. Eu estava com medo de que minha mãe ou meu irmão estivessem naquele estado, lutava contra minha própria mente para parar de imaginar coisas ruins que poderiam ter acontecido com eles.
Às vezes quando eu assistia na televisão alguma noticia de uma tragédia e via as famílias chorando muito convictas que achariam seus familiares vivos após um desmoronamento, terremoto ou queda de avião pensava comigo; - Por que essas pessoas não aceitam que eles estão mortos? É mais fácil aceitar a morte do que provar da dor e sofrimento por mais tempo.
Porém eu estava provando daquele sentimento naquele momento, e finalmente entendi o que aquelas famílias sentiam, por pior que a situação se apresentasse. Elas amavam tanto aquelas pessoas que esse amor fazia nascer à fé e a esperança dentro de seus corações, eu havia entendido que quando amamos muito alguém passamos a acreditar muito nessa pessoa, logo esse amor nos dá a esperança e fé de acreditar nessas pessoas. Por pior que sejam as circunstâncias temos fé e esperança nas pessoas que amamos.
Alguns meses depois olhando o noticiário enquanto jantava vi aquelas mesmas pessoas que tanto acreditavam na sobrevivência das pessoas que amavam abraçando sua mãe que havia sido resgatada depois de 3 semanas embaixo dos escombros, quando perguntada como ela havia sobrevivido ela respondeu com um sorriso de felicidade no rosto em meio a algumas lágrimas. – Foi o amor e a fé pelos meus filhos que me fez suportar todo esse tempo...
É depois de me lembrar dessa história comecei a ter esperanças e fé de que minha mãe e meu irmão estavam bem. Só restava achá-los para poder dar um abraço bem forte em cada um. Meu pai parecia nervoso dirigindo o carro, era muito difícil enxergar o asfalto estava tudo muito escuro e os faróis do veiculo não davam conta de iluminar tudo. Foi então que me dei conta que não sabia para onde estávamos indo.
- Para onde agente ta indo?
-Vou passar no trabalho da sua mãe ela pode estar lá e depois no curso do seu irmão, se eles foram inteligentes não saíram para a rua como você fez.
- É, bem na verdade eu estava na escola e sai correndo para casa quando tudo começou.
- Eu sei filho eu passei no seu colégio e percebi que não havia ninguém lá então fui até em casa. – Disse meu pai com um olhar de saudade para mim.
- Você sabe se essa escuridão tomou conta das outras cidades?
- Não sei, tudo começou quando eu já estava aqui na cidade, estava almoçando ainda depois da viagem, não sei se a cidade onde eu moro está assim também, além de tudo os telefones não estão funcionando nem para enviar mensagens.
Me lembrei imediatamente da mensagem que havia recebido algumas horas mais cedo, aquilo me assustou, já que os celulares não tinham nenhum tipo de sinal, porém resolvi não falar disso naquele momento com o meu pai.
Eu fiquei em silêncio ao ver mais pessoas naquele mesmo estado que tinha visto perto da minha casa, era algo de cortar o coração. Quando eu as via sentia como se toda a esperança desaparecesse de dentro de mim, então decidi não olhar mais.
Fui pego de surpresa quando meu pai acelerou repentinamente o carro, meu corpo foi jogado para trás tamanha a aceleração, me virei no banco e vi que haviam três daqueles seres encapuzados perseguindo o nosso carro em alta velocidade era algo sobre humano, quando observei melhor notei que o céu estava ficando avermelhado seguindo de trovões e relâmpagos de mesma cor. Um vento muito forte começou a soprar fazendo folhas e alguns lixos começaram a flutuar embalados pela força do vento, as nuvens avermelhadas e os relâmpagos fizeram o ambiente se tornar mais claro, ou seja, já era possível enxergar algo a mais.
Meu pai acelerava cada vez mais o carro quando a alguns metros eu vi uma pessoa correndo desesperadamente de outros seres encapuzados, era ela a garota que eu estava amando correndo  para salvar a sua vida, porém o carro estava em uma velocidade altíssima seguido por mais seres encapuzados que vinha no nosso encalço, eu não sabia se daria tempo de parar o carro e salva-la, eu não sabia como reagir...

Próximo Capítulo Dia: 05/08/2011

Quem Te Traz as Cores - Capítulo 7.1

Alexandre Barbosa da Silva

Capítulo 7.1: Inglaterra

“É claro que ela vai aparecer! Que bobagem!”

Era o que Douglas pensava ao observar a chuvosa Londres pela janela do avião enquanto pousava. Afinal, ela não respondera a sua última mensagem.

“Eu acho” pensou dez minutos depois enquanto pegava as malas na esteira. Conforme ia andando para a saída, onde tinha marcado de se encontrar com Gabrielle, este pensamento mudou para “Com certeza”, “...” e por fim “ai meu Deus!”, até ser varrido de sua mente completamente ao avistá-la.

Ela estava sentada em um canto próximo a saída do aeroporto, com um copo de café expresso em uma mão e seu livro na outra. Parecia não ouvir nem prestar atenção a nada a sua volta.

Ele chegou sem falar nada e sentou-se ao lado dela.

Aparentemente ela nem percebeu.

Ele ficou encarando-a, ainda quieto. Aos poucos ela foi ficando mais desconfortável, desviava o olhar do livro rapidamente para espiá-lo pelo canto do olho. Numa dessas espiadas ela se sobressaltou.

-Douglas! Que susto!

- Olá! – disse ele sarcástico, com um sorriso, contendo uma gargalhada – Nunca vi
ninguém tão concentrado...

- Tá, tudo bem – ela disse ainda meio nervosa, guardando o livro – vamos indo?

Os dois juntaram as malas e saíram para pegar um taxi.



Já era praticamente noite e chovia muito quando chegaram ao hotel. Apenas para descobrirem que desta vez, além de haver somente uma suíte e um quarto para uma pessoa, a suíte era de apenas um quarto e um banheiro.

Douglas sorria malicioso. Era incrível como ele conseguia disfarçar sua insegurança quando queria.

- Isso é coisa sua, não é? – disse Gabrielle dando uma “malada” em Douglas.

- Como poderia? – defendeu-se ele ainda com o mesmo sorrisinho. Ela não disse nada, apenas cerrou os olhos numa expressão ao mesmo tempo desconfiada e bem humorada.


Alguns minutos depois já estavam acomodados na suíte. Gabrielle pedira um colchão de solteiro para colocar no chão ao lado da grande cama de casal.

- Vamos sair para jantar? – perguntou Douglas.

- Ok, mas eu preciso tomar um banho antes.

- Tá, eu espero, tomei banho há poucas horas.

Ela correu para o banheiro e Douglas ligou a televisão. Estavam entrevistando um cara que ficou famoso uns dias antes por saltar de um prédio na Itália para se suicidar, mas levou um pára-quedas para o caso de mudar de idéia no ar. Pode parecer loucura, mas no fim ele estava certo, já que de fato, mudou de idéia e aterrissou suavemente no meio de uma rua movimentada de Roma. Estranhamente, ver aquilo não soou nenhum sino (ou não acendeu nenhuma lâmpada, como preferir) na cabeça de Douglas, que foi para a sacada dar uma olhada na cidade. Os prédios, as ruas e as pessoas de Londres tinham algo mágico para ele. Olhava as pessoas lá embaixo passarem com seus guarda-chuvas e cachecóis, marcas registradas da cidade, maravilhado.

- Douglas... – chamou Gabrielle da porta do banheiro.

- O quê? – respondeu ele virando-se.

- Não se vira pra cá! – ela gritou – eu esqueci de trazer as roupas, vira pra lá.

- Tá ok, não vou espiar.

Ele ouviu o som dos passinhos rápidos vindo e indo no tapete, seguido da batida da porta do banheiro. Não conseguiu conter um sorriso. Gabrielle era ao contrário das outras pessoas, parecia que quanto mais convivia com ele, menos ela se parecia com a garota tagarela que ele conheceu no vôo para a Itália.



O Capítulo ficou muito grande, por isso dividi em duas partes. Daqui há alguns dias eu coloco a segunda!