terça-feira, 2 de agosto de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 8

Capítulo 8: Um mundo com sede de esperança e fé.
Arrumei minhas coisas peguei algumas roupas e entrei no carro do meu pai, era um carro popular normal, ele estava sentado com as mão no volante de forma impaciente. Quando fechei a porta do carro e respirei fundo minha calma foi esmagada, meu pai deu a partida no carro e os faróis acenderam uma coisa assustadora se revelou, uma coisa que eu jamais havia imaginado que poderia ter acontecido...
Havia milhares de pessoas jogadas por todos os lugares, seus corpos tinham manchas escuras como se fosse hematomas, em outras partes do corpo havia esses mesmos sinais escuros, porém se alastravam como se fossem veias se concentrando nas manchas maiores. Mas o que mais me chamou a atenção foi que exatamente em cima do peito onde correspondia o local do coração havia rosas negras com um núcleo vermelho. Definitivamente aquelas rosas negras eram feitas da mesma mancha e veias negras que jaziam nos corpos das pessoas.
- Pai você já tinha visto isso?
Meu pai me olhou com um tom entristecido e respondeu minha pergunta balançando afirmativamente a cabeça enquanto puxava o freio de mão e acelerava o carro em direção à estrada. Cada vez mais sentia que tudo aquilo parecia um pesadelo, pela primeira vez estava sentindo o medo e o desespero me tomarem conta lentamente. Eu estava com medo de que minha mãe ou meu irmão estivessem naquele estado, lutava contra minha própria mente para parar de imaginar coisas ruins que poderiam ter acontecido com eles.
Às vezes quando eu assistia na televisão alguma noticia de uma tragédia e via as famílias chorando muito convictas que achariam seus familiares vivos após um desmoronamento, terremoto ou queda de avião pensava comigo; - Por que essas pessoas não aceitam que eles estão mortos? É mais fácil aceitar a morte do que provar da dor e sofrimento por mais tempo.
Porém eu estava provando daquele sentimento naquele momento, e finalmente entendi o que aquelas famílias sentiam, por pior que a situação se apresentasse. Elas amavam tanto aquelas pessoas que esse amor fazia nascer à fé e a esperança dentro de seus corações, eu havia entendido que quando amamos muito alguém passamos a acreditar muito nessa pessoa, logo esse amor nos dá a esperança e fé de acreditar nessas pessoas. Por pior que sejam as circunstâncias temos fé e esperança nas pessoas que amamos.
Alguns meses depois olhando o noticiário enquanto jantava vi aquelas mesmas pessoas que tanto acreditavam na sobrevivência das pessoas que amavam abraçando sua mãe que havia sido resgatada depois de 3 semanas embaixo dos escombros, quando perguntada como ela havia sobrevivido ela respondeu com um sorriso de felicidade no rosto em meio a algumas lágrimas. – Foi o amor e a fé pelos meus filhos que me fez suportar todo esse tempo...
É depois de me lembrar dessa história comecei a ter esperanças e fé de que minha mãe e meu irmão estavam bem. Só restava achá-los para poder dar um abraço bem forte em cada um. Meu pai parecia nervoso dirigindo o carro, era muito difícil enxergar o asfalto estava tudo muito escuro e os faróis do veiculo não davam conta de iluminar tudo. Foi então que me dei conta que não sabia para onde estávamos indo.
- Para onde agente ta indo?
-Vou passar no trabalho da sua mãe ela pode estar lá e depois no curso do seu irmão, se eles foram inteligentes não saíram para a rua como você fez.
- É, bem na verdade eu estava na escola e sai correndo para casa quando tudo começou.
- Eu sei filho eu passei no seu colégio e percebi que não havia ninguém lá então fui até em casa. – Disse meu pai com um olhar de saudade para mim.
- Você sabe se essa escuridão tomou conta das outras cidades?
- Não sei, tudo começou quando eu já estava aqui na cidade, estava almoçando ainda depois da viagem, não sei se a cidade onde eu moro está assim também, além de tudo os telefones não estão funcionando nem para enviar mensagens.
Me lembrei imediatamente da mensagem que havia recebido algumas horas mais cedo, aquilo me assustou, já que os celulares não tinham nenhum tipo de sinal, porém resolvi não falar disso naquele momento com o meu pai.
Eu fiquei em silêncio ao ver mais pessoas naquele mesmo estado que tinha visto perto da minha casa, era algo de cortar o coração. Quando eu as via sentia como se toda a esperança desaparecesse de dentro de mim, então decidi não olhar mais.
Fui pego de surpresa quando meu pai acelerou repentinamente o carro, meu corpo foi jogado para trás tamanha a aceleração, me virei no banco e vi que haviam três daqueles seres encapuzados perseguindo o nosso carro em alta velocidade era algo sobre humano, quando observei melhor notei que o céu estava ficando avermelhado seguindo de trovões e relâmpagos de mesma cor. Um vento muito forte começou a soprar fazendo folhas e alguns lixos começaram a flutuar embalados pela força do vento, as nuvens avermelhadas e os relâmpagos fizeram o ambiente se tornar mais claro, ou seja, já era possível enxergar algo a mais.
Meu pai acelerava cada vez mais o carro quando a alguns metros eu vi uma pessoa correndo desesperadamente de outros seres encapuzados, era ela a garota que eu estava amando correndo  para salvar a sua vida, porém o carro estava em uma velocidade altíssima seguido por mais seres encapuzados que vinha no nosso encalço, eu não sabia se daria tempo de parar o carro e salva-la, eu não sabia como reagir...

Próximo Capítulo Dia: 05/08/2011

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