domingo, 17 de julho de 2011

Diário das Trevas - Capítulo 6

Capítulo 6: A verdade começa a se revelar.
Escrito Por: Édiner.R. Silveira
O que agente mais almeja na vida é ser feliz, por isso vivemos e enfrentamos as adversidades da vida com o intuito de superar os problemas sempre buscando a felicidade. No mundo em que vivemos encontramos obstáculos em praticamente tudo, mas existe um motivo para tudo ser assim como é... É uma coisa que convive com agente todo o dia, todo o momento... É o Mal que habita as entranhas de alguns corações
Eu pude ver como se fosse em câmera lenta a maçaneta girar seguida de batidas violentas na porta, eu me levantei respirei fundo e resolvi enfrentar o destino, não tinha para onde eu ir, me lembrei da mensagem que havia recebido no celular, que dizia para me esconder em algum lugar alto em momentos de desespero, mas era impossível achar algum lugar alto no meu quarto que me protegesse. Era isso então, em alguns instantes eu iria encarar a verdade, meu coração estava acelerado, mas não como antes, de alguma forma parecia que eu havia aceitado aquela condição.
As batidas na porta continuaram estavam cada vez mais fortes até que a maçaneta saltou longe e a porta se abriu de uma vez só com uma força impressionante, atrás da porta estava tudo escuro, mas eu podia sentir que havia dois sujeitos ali parados me observando, foi então que eles entraram no meu quarto lentamente observando o lugar atentamente, como se procurassem alguma armadilha, nessa hora eu me dei conta que eu realmente fui um grande idiota em não armar nada para elas, mas já era tarde naquele momento eu só esperava que o meu fim fosse rápido, talvez ninguém acredite em mim, mas eu estava calmo na verdade nem eu acreditava na minha própria calma, procurei pensar em coisas boas em lembranças agradáveis da minha família das pessoas que eu amo...
Eles usavam mantos negros com as cabeças cobertas por capuzes, estavam parados na minha frente, eram magros e relativamente altos do mesmo jeito que eu havia visto quando invadiram a casa vizinha, eu não conseguia enxergar suas faces, porém quanto mais eu permanecia ali mais sentia coisas ruins pairando no ar, era como se todos os sentimentos negativos que existem buscassem uma forma de penetrar minha alma ou o meu coração, eu me sentia pressionado com aquela sensação, mas as lembranças das pessoas que eu amo me ajudaram a resistir...
Eles pareciam surpresos com alguma coisa, me observavam parecendo serem capazes de farejar o que se passava dentro de mim. Eles se olharam por um instante parecendo concordar em algo e mostraram seus rostos foi naquele momento que comecei a entender uma parte do porque tudo estar tomado pelas trevas...
Quando olhei para os rostos deles não acreditei no que vi... Eram rostos com feições humanas, porém sem personalidade a pele tinha uma cor acinzentada pendendo para o escuro, suas bocas, narizes e outros detalhes eram iguais um ao outro como se fossem irmãos gêmeos na verdade pareciam mais fantoches ou bonecos sem qualquer sopro de vida, porém com certeza o mais aterrorizante eram seus olhos, no lugar destes havia apenas os buracos das orbitas sem os olhos ali jazia uma profunda escuridão, quando olhei bem para dentro notei faíscas cinzas que corriam para todos os lados aos montes dentro do vazio onde deveriam estar os respectivos olhos, era algo que chegava a me hipnotizar, aos poucos fui perdendo a sensação do peso do meu corpo até sentir como se estivesse flutuando, quando finalmente me percebi sendo puxado para dentro daquele poço de trevas e dor...
Eu estava em uma praça com árvores belas, havia crianças brincando felizes umas com as outras, ali perto seus pais estavam reunidos sentados em bancos conversando entre si saboreando pedaços de bolo, no meio da praça tinha uma fonte com água cristalina que jorrava em abundância, pássaros e outros animais habitavam aquela linda praça de uma cor verde viva como nenhuma outra, eu senti a vida soprar na forma de uma suave brisa que rodeava o lugar... Repentinamente tudo ficou preto e branco, rapidamente a fonte secou, as crianças começaram a ficar magras até caírem no chão de fraqueza, a grama se transformou em um emaranhado seco e sem vida, os adultos se deram conta que havia sobrado somente um pedaço de bolo e então começaram a lutar entre si disputando aquele ultimo pedaço, eles começaram a se matar tomados pelo ódio, pois não aceitavam dividir aquele pedaço uns com os outros queriam tudo para si. Finalmente o mais astuto venceu a batalha e escravizou os outros em troca lhes dava algumas migalhas do bolo como pagamento da construção do que parecia ser um castelo, o tempo foi acelerando, mas eu não envelhecia tão pouco eles podiam me ver, no tempo que passou aquela praça foi transformada em um castelo rodeado por lama, as crianças estavam magras  jogadas na sarjeta junto a sujeira mendigando um pedaço de pão, eu senti um profundo peso e dor no meu coração aquilo começava a me corroer por dentro, eu estava ali vendo tudo acontecer mas não podia fazer nada, resolvi entrar no castelo... Lá dentro o homem que havia escravizado os outros estava sentado numa confortável cadeira rodeado por comida de todos os tipos, ele comia alguns pedaços e o resto mandava dar aos cães ou jogar no lixo, o tempo acelerou novamente e me vi na frente do castelo, porém este agora tinha detalhes de ouro, na entrada do castelo o “rei” dava ordens para um exército começar uma guerra com outro reino a fim de conquistar as riquezas alheias, ao redor do castelo ainda havia lama e em meio a estas, crianças e velhos estavam jogados sem nenhum cuidado...
Repentinamente tudo sumiu, eu estava em um lugar branco onde imagens começaram a surgir suspensas no ar como se fossem televisores, as imagens mostravam coisas aterrorizantes, crianças passando fome, animais sendo maltratados, pessoas matando umas as outras, guerras, roubos, a água sendo poluída de propósito para que as pessoas tivessem que pagar para tela tudo isso em meio a grandes prédios de luxo e carros de ultima geração, homens de terno com cabelos grisalhos contando pilhas de ouro e dinheiro no topo de seus prédios jogavam suas migalhas lá de cima para quem vivia em baixo migalhas que pareciam chuva de esperança para quem fosse comê-las. Tudo ficou escuro repentinamente... As imagens sumiram e quando me dei por mim estava novamente no meu quarto de pé em frente ao seres encapuzados, eu senti raiva, ódio e dor tudo ao mesmo tempo por tudo que havia visto, dei alguns passos para trás fragilizado, quando olhei para eles notei que suas bocas traziam agora um largo sorriso, foi então que eles vieram para cima de mim com uma intenção sombria e gelada como a noite, era o meu fim não me restava mais forças meu coração havia cedido ao ódio por ver aqueles homens ricos e egoístas sem dividir nada com os mais pobres...
Foi então quando tudo parecia perdido, quando aqueles seres estavam quase colocando suas mãos em mim para me tomar a vida, que uma pessoa que eu não via há muito tempo surgiu na porta do meu quarto...

Próximo Capítulo dia: 22/07/2011

Capítulo maior dedicado a minha namorada linda *-*-*<3

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